terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Combates...(IN)Úteis...


É tão forte…
É tão profunda a dor…
Sinto-me insignificante…
Um ser incapaz…
Comparando-me a um saco de boxe...
Recebo sem esperar…
Sem parar…
Do braço solto da hipocrisia…
Socos duros, no vazio…
De um peito dorido…
Sou o alvo fácil, da seta cobarde da inveja...
Da flecha de fúria…
E da lança aguçada da discórdia que me é alheia…
Assim como do dardo pontiagudo do ciúme…
Que acertam em cheio onde a cobertura é mais frágil…
E a túnica mais transparente…
Onde ressalta mais a dor…
Agridem-me com esses punhos cerrados…
Na úlcera viciada…
Da luta contínua…
Dessa assídua guerra onde perco sempre, cada batalha…
Sou leito de um rio poluído de desgraça…
Desagua tudo em mim, como se eu fora um esgoto, ou canal imundo...
Assemelho-me a um íman atraindo todo o tipo de mágoas...
Pântano de desesperos onde me afogo…
Sufocando devagar em amuos…
Consumida de arrufos remotos…
Não me dão tempo sequer de respirar…
Infligem-me com toda a força possível…
Mais um soco fechado…
No meu coração, recem remendado…
Com a linha quebradiça do ânimo…
Rebentam as cicatrizes…
Desta ferida por curar…
Sangra…
Tal é a força do embate, vacilo…
Baloiça a minha mente amordaçada…
Flutuo num pensamento indefinido…
Ameaço cair…
Atiro o olhar cansado no chão…
Temo a queda iminente…
Mas não tombo…
Trémula…
Choro…
Por fim consigo chorar…
Alivio-me neste choro…
Como se um desses socos me tivesse atingido irreversivelmente um canal de lágrimas…
E agora pela fenda causada pela pancada…
De tão malvadas palavras, contra mim, proferidas…
Jorram lágrimas apressadas…
Soltam-se até as lágrimas reprimidas…
As quais consegui até aqui reter…
k.o.

1 comentário:

  1. *
    nas asas do vento
    em desejos renovados
    deixo,
    vendavais de saúde
    tempestades de amizade
    marés de sereno carinho
    e vagas de benquerenças
    transportadas
    no bico de uma gaivota .
    ,
    maresias Natalícias,
    ficam,
    ,
    *

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