sexta-feira, 28 de maio de 2010

Se eu pudesse...


Ai, se eu pudesse
Se eu pudesse engolir o som do mar
Se eu pudesse segurar o vento
Se eu pudesse agarrar a distância com ambas as mãos
Se eu pudesse pintar o tempo com a cor do desejo
Se eu pudesse beber os suspiros que calo
Se eu pudesse sonhar á sombra das estrelas
Se eu pudesse apagar a noite
Se eu pudesse gritar o silêncio
Se eu pudesse ser quem não sou
Se eu pudesse arrancar-me de mim
Se eu pudesse inventar-me de novo
Se eu pudesse estar onde não estou
Se eu pudesse arquivar as carícias
Se eu pudesse eclipsar-me numa gota de orvalho
Se eu pudesse estilhaçar a ausência
Se eu pudesse mastigar a saudade
E cuspir cristalinos poemas de amor
Se eu pudesse…

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Por caminhos perdidos...


Andando á deriva
Encontrei meu rumo
Nos caminhos perdidos…

Entre linhas ténues de esperança
Por onde desfilam mudanças
Mais próximo fiquei
Desses estios ramais de atalhos
Beijam-me…
Os últimos raios de sol
Desenhados no céu encantador…

Passadeiras avulsas estendem-se diante do olhar
Equívocos nos conduzem por outros caminhos
Dos desvios que os sinais apontam ao contrário
Vislumbro uns laivos de felicidade
Em forma de ilhas desertas…
Á quietude das águas
É indiferente essa ausência…

Encontro aconchego no pontão solitário
Onde me sinto abraçada por mim
Nos canaviais onde se calam as gaivotas
E se ocultam degredos…

Os passadiços de tábuas gastas pelo sol
Oferecem conforto aos meus passos cansados…

São os caminhos trocados
Que nos mostram a direcção certa
E de relance
Saboreio com prazer
A paisagem que o meu olhar devora
O sol-pôr tempera os desejos de ficar
E as sombras são cadeiras de baloiço
Onde o pensamento repousa…

O vento implora o meu cabelo
Para se esconder
E desvendar segredos
Vagarosamente a noite obedece
Ao toque dos meus dedos…

Os pássaros em desalinho
Lembram-me que é hora de partir
Sem nunca ter estado
Voltarei para cinzelar meus passos
Nos caminhos perdidos
E esculpir com volúpia o prazer adiado
Entre realidades e sonho…

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Nas palavras que apago...


Escrevo-te o adeus
Com a pena
Que arranquei sem dó
A essas asas com que antes voei
Expressão glaciar arrepiante
Finjo não ter dor
O tempo corrompe o querer
Despeço-me de ti
Nestas palavras que apago...

terça-feira, 18 de maio de 2010

Procuro(me)...Aonde?

(imagem da internet)

Procuro (me)
No rasto de mim…

O medo é a chave para abrir o ser primitivo que sou
Procuro na mancha negra do tempo
O meu rasto perdido
Aonde?
Arrastando-me com terror
Tento encontrar-me no meio de lugar nenhum
Onde encontro pedaços de mim
E descubro enormes surpresas
Sobressaltos deixam-me por vezes desconfortável
Estranhezas que por vezes me alojam num estado de jubilo
Muito além do imaginável consentido...

No meu rasto perdido
Encontro trilhos de passos meus...
Passos presos...
Pesados...
Passos irregulares arqueados
Fugindo ao alçapão da memória
Alquimias que respiro por caminhos livres
Nunca por mim caminhados...

Varro com destreza o meu rasto perdido
Com medo de me encontrar
Caminho em câmara lenta
Escapando das sombras lúgubres
Que se serpenteiam no meu caminho
Corro a espremer os passos
Nesta viagem etérea...

Aonde?
Algures…
No meu rasto perdido!

sábado, 15 de maio de 2010

Gélida...ilha de fantasia...


Ilhas de fantasia
Pintadas de azuis matizados
Lezírias verdes desbotadas pelo frio
Rodeadas de neblinas cinzentas
Meus sentimentos amarelados pelo sol...
Cravo os olhos fechados no oceano imaginário
Respiro a leve brisa insossa
AIIII!
Suspiro a maresia salgada...

Abro os olhos para a realidade imposta
E a imaginação sulca os céus
Bate as asas fervorosamente
Arrasta-me consigo
Num voo de gaivota
Eleva-se!
Flutuo no horizonte aéreo sem limites...
Sugando-me uma espiral de vontades...
De onde se soltam ferozmente
Fragmentos de desejos e necessidades!
Estilhaçando vínculos frouxos de preconceitos mundanos...

Rompem-se redes de segurança
E num abrir e fechar de olhos
Invade-me a nostalgia
Uma lágrima escapa-se das pálpebras fechadas
E as rochas oferecem-me o aconchego desajeitado
De um mar de água doce
Limpidamente gélida
A minha ilha de fantasia…

terça-feira, 11 de maio de 2010

Janelas do passado...


Abro a janela do passado,
Deixo entrar suavemente a brisa
Que transporta os mornos odores do verão ...

Guardo na memória olfactiva o cheiro a desejo
O sabor a maresia desse Verão
Que se aproxima veemente
Numa galopante vontade granítica
Imagens inexistentes roubam-me o sono
Esvazia-se a mente inconsciente
Cheia dos risos sussurrados
Instintivamente ritmados
Sob a pressão do impossível
Seco os pensamentos vagabundos
Com as folhas dos poemas rasgados
Amachucados transformados em toalha benevolente
Absorve os meus segredos...

E as saudades são simples palavras
Quentes orvalhadas e voluptuosas
Cinzas aparentemente apagadas
Reacendem com o trinar dos pássaros
Abafadas pelo som das ondas que não ouço
No parapeito da janela do passado
Repousam carícias soalheiras á espera das tuas mãos
Acordam do sono de inverno nos vasos semeados
Alfobres de amores - (im) - perfeitos...
Rego com cortesia os pensamentos desalinhados
Braçadas repentinas de realidades em jeito de fantasias
Pestanejam ao vento com ar inocente as palavras...

No horizonte da memória da janela do passado
As palavras…
Que não sei dizer…

domingo, 9 de maio de 2010

Gostava...


Gostava
De fazer da minha vida
Um livro
Onde
A cada página
Pudesse alterar o final…

quarta-feira, 5 de maio de 2010

...No Infinito...

(foto,olhares.com)
Busquei-te no infinito
Tropecei nas palavras
Que me disseste
Embalei-me nas carícias
Inventadas
Abri os braços e não vieste
No espaço dos sonhos
Senti arrepios dos afectos perdidos
Entrelaço as lágrimas
Retomo o fôlego
Indulgente
Busquei-te
Foi um esforço perdido
Não te encontrei

terça-feira, 4 de maio de 2010

Prémio Blog de Ouro


Recebi este prémio da Breizh Da Viken do blogue Palavras Poéticas http://ler-te.blogspot.com/

Muito obrigado por este reconhecimento da sua parte!

E tem regras
(eu e as regras...vamos ver se consigo cumprir...)

1. Porque acha que mereceu este prémio?

Ora bem, não sei! É que não sei mesmo, deixo esta para alguem que saiba e queira responder...

2. O Blogue que o indicou merecia o Prémio Blogue de Ouro?

Sim merecia! Pelos belissimos poemas, carregados de encanto sensualidade e singularidade! E ainda pelas fotos das belissimas telas que a autora pinta!

3. Indicar o Prémio a 10 Blogues.

Pois, mas eu não vou indicar 10 Blogues! Indico todos os Blogues que me seguem, como merecedores deste prémio! Sintam-se desde já galardoados com este magnifico óscar de Blogue de Ouro!

Muito Obrigado á Breizh,

E a vocês todos Parabéns!


Desistir? JAMAIS!


Recebi este selo em simultâneo de dois seguidores do meu cantinho!
Da Maria Teresa do blog http://beijinhosembrulhados.blogspot.com/,
E do Miguel do blog, http://nosilenciodepalavrasmudas.blogspot.com/
Como o próprio selo diz: Desistir jamais!
Agradeço a vocês dois pela atribuição deste selo, talvez não seja difícil ler nas entrelinhas das frases que escrevo, que eu não desisto mesmo, mesmo quando a vida me atira de novo ao chão e me puxa o tapete sem dó…levanto a custo sacudo a poeira e recomeço de olhar erguido!
Este selo também tem regras que são:

1. Citar dois defeitos:
Sou possessiva e demasiado Justa!

2. Duas qualidades:
Sou amiga e excessivamente sincera…

3. Indicar uma música que seja o trilho sonoro da minha vida:
Várias músicas foram ficando no trilho sonante da minha vida, difícil enumerar todas, algumas mais recentes são: Fala-me de amor (santos e pecadores), Vida tão estranha ( Rodrigo leão) Ma philosophie (Amel Bent), Is´t my live (Bonjovi ) entre outras…

4. Por último indicar uma frase que use como mantra:
Não tenho uma em especial, mas gosto desta: Carpe Diem!!!

Finalmente devia indicar 6 blogues a quem repassar o selo, mas cá está a evidenciar-se o meu defeito, e tendo receio de ser injusta com alguém que o mereça e eu não o atribua, fico-me por deixar à descrição dos meus seguidores que se identifiquem com o conteúdo do referido selo e sintam-se á vontade de o levar!

Aproveito ainda para agradecer, as visitas, as leituras mesmo aqueles que sei que passam mas não ousam deixar um “olá” e a todos que lêem e comentam, o meu mais sincero OBRIGADO!

sábado, 1 de maio de 2010

Tecelã de poesia...

(foto olhares.com)

Perdi

O fio do meu sentir


NA meada do teu corpo


No desenrolar dos desejos


Enrolamo-nos


Nos novelos da vida