sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

E antes que a porta de mais um ano se feche...



Venho fechar portas
Que batem forte cá dentro
Agitadas por um vento desnorteado que se ouve lá fora,
E outras, por si só se fecharão
Deixarei bater até que se adormeçam!
Algumas, até já se fecharam sem eu dar conta
Tão frágeis eram as palavras com que as segurava.
E talvez a noite me encontre
Quando vier buscar em silêncio
O ranger dos segredos.
Oiço mas não entendo
A melodia das dobradiças gastas no tempo
Espero encostada
À ombreira dos dias
Onde pendurei um pote de versos ainda vivos!
Enquanto encalha a chave
Nesta porta que nem fecha nem abre!
Nesta solidão que me confunde
E antes que a porta de mais um ano se feche...
Esvaziarei espaços
Tecendo encantos
Voltarei a este vazio
Onde as memórias tremem de frio
E só a poesia me aquece…


Palavras Flor Alpina (Carmen Ferreira)
Foto J. Gomes
Reservados os direitos de autor
Plágio além de feio é punido por lei!



Desejo a todos os meus amigos,

seguidores,

e leitores deste meu/vosso blogue
Feliz Ano Novo!


segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Feliz Natal...Boas Festas!

A todos os amigos, leitores, e seguidores deste meu/vosso blogue, desejo

Boas festas e um Feliz Natal!

Com muitos, muitos beijos dos Alpes!

domingo, 4 de dezembro de 2011

A páginas tantas...(42)

MAS QUEM SOU EU?

Eu sou alguém que não sou
Eu vou para onde não vou
Eu sou um não e um sim
Eu corro estando parado
E sozinho de lado a lado
Bem junto e longe de mim
Eu sou pecado e virtude
Eu sou um sábio bem rude
Que sabe nada saber
Eu sou destino sem rumo
Quando corro atrás do fumo
Que quero agarrar sem ver
Eu sou cadáver imundo
Dentro de um poço sem fundo
Quando lá vou para beber
Eu fujo do bem que espero
Não quero aquilo que quero
Eu vou para onde não vou
Porque há outro em mim que vence
E com mentiras convence
O outro eu que eu não sou
Mas quem sou eu afinal?
Neste mundo sedutor
Que entre o bem e o mal
Sou vencido e vencedor
Há algo em mim desonesto
Algo que eu desconheço
Obedeço ao que detesto
Faço aquilo que aborreço
Eu encontro-me perdido
Entre o mal apetecido
E o bem que não desampara
Porque em mim há dois destinos
Inimigos peregrinos
Que só a morte separa
Eu sou e sou diferente
Sou dois pedaços de gente
Que vivem sempre a lutar
Um é carne o outro não
E só serei eu então
Se o outro me deixar
É essa a única esperança
Que alimenta a confiança
Que existe no eu que eu sou
Liberto do outro, eu
Terei aquilo que é meu
E já vou para onde vou
E agora amiga, já sabes quem eu sou?