terça-feira, 16 de agosto de 2011

A maré começou a baixar...

Ouviam-se os passos curtos de quem estava a chegar…
Contando a passagem do tempo entre dois goles de uma espera gelada, e a sombra amarga de uma rodela de limão…
Recortava abobadas ao pôr-do-sol com os braços cúmplices de indiferença, e os olhos postos em horizontes minúsculos que não davam para lado nenhum!
Suspensos no céu azul, apareciam ao longe poemas escritos com rastos brancos de ilusões deixados por memórias antigas.
Interrompendo de quando em vez o som ligeiro da brisa uns pensamentos sem nexo, imaginados no búzio sem cheiro a algas.
Delineava a medida certa das marcas da saudade na areia, e as ondas fantasmas que esbatem avançando e recuando numa tarde de Agosto.
Não sei ao certo, porque as gaivotas voavam em círculos estranhos, quase quadrados, mas acho que é por esta hora que a maré começou a baixar…
Porém desta vez não ficaram peugadas minhas à borda de água…para que o mar distraído não tenha o prazer de as afastar…



Palavras e fotos FlorAlpina
Reservados os direitos de autor
Plágio além de feio, é punido por lei!

sábado, 6 de agosto de 2011

Encostei-me num fio de tempo

Encostei-me num fio de tempo
À minha espera
O meu corpo indiferente, ali
Mas vazio…
O vento fazia balouçar as ideias
Entre a mente e o corpo uma distância imensurável…
Faltavam-me respostas seguras
Às perguntas bifurcadas

Encostei-me num fio de tempo
Numa esquina dos pensamentos
Enquanto me trespassavam os raios de sol
Sem me aquecerem
Faziam ricochete nas paredes gastas do passado
Reflectindo ainda mais cinzento o céu de um futuro que tarda…
Dando cor ao alarido de promessas tresmalhadas
Num burburinho de letras mortas…

Encostei-me num fio de tempo
Desacertados reflexos de meias palavras
Atravessam-me o corpo,
Ali, encostado num fio de tempo
Mas vazio…
A deixar desenhar em linhas tortas
Sombras nas paredes
Com pedaços de frases caiando a minha ausência




Palavras e foto FlorAlpina

Reservados os direitos de autor!

Plágio, além de feio é punido por lei!