sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

E antes que a porta de mais um ano se feche...



Venho fechar portas
Que batem forte cá dentro
Agitadas por um vento desnorteado que se ouve lá fora,
E outras, por si só se fecharão
Deixarei bater até que se adormeçam!
Algumas, até já se fecharam sem eu dar conta
Tão frágeis eram as palavras com que as segurava.
E talvez a noite me encontre
Quando vier buscar em silêncio
O ranger dos segredos.
Oiço mas não entendo
A melodia das dobradiças gastas no tempo
Espero encostada
À ombreira dos dias
Onde pendurei um pote de versos ainda vivos!
Enquanto encalha a chave
Nesta porta que nem fecha nem abre!
Nesta solidão que me confunde
E antes que a porta de mais um ano se feche...
Esvaziarei espaços
Tecendo encantos
Voltarei a este vazio
Onde as memórias tremem de frio
E só a poesia me aquece…


Palavras Flor Alpina (Carmen Ferreira)
Foto J. Gomes
Reservados os direitos de autor
Plágio além de feio é punido por lei!



Desejo a todos os meus amigos,

seguidores,

e leitores deste meu/vosso blogue
Feliz Ano Novo!


segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Feliz Natal...Boas Festas!

A todos os amigos, leitores, e seguidores deste meu/vosso blogue, desejo

Boas festas e um Feliz Natal!

Com muitos, muitos beijos dos Alpes!

domingo, 4 de dezembro de 2011

A páginas tantas...(42)

MAS QUEM SOU EU?

Eu sou alguém que não sou
Eu vou para onde não vou
Eu sou um não e um sim
Eu corro estando parado
E sozinho de lado a lado
Bem junto e longe de mim
Eu sou pecado e virtude
Eu sou um sábio bem rude
Que sabe nada saber
Eu sou destino sem rumo
Quando corro atrás do fumo
Que quero agarrar sem ver
Eu sou cadáver imundo
Dentro de um poço sem fundo
Quando lá vou para beber
Eu fujo do bem que espero
Não quero aquilo que quero
Eu vou para onde não vou
Porque há outro em mim que vence
E com mentiras convence
O outro eu que eu não sou
Mas quem sou eu afinal?
Neste mundo sedutor
Que entre o bem e o mal
Sou vencido e vencedor
Há algo em mim desonesto
Algo que eu desconheço
Obedeço ao que detesto
Faço aquilo que aborreço
Eu encontro-me perdido
Entre o mal apetecido
E o bem que não desampara
Porque em mim há dois destinos
Inimigos peregrinos
Que só a morte separa
Eu sou e sou diferente
Sou dois pedaços de gente
Que vivem sempre a lutar
Um é carne o outro não
E só serei eu então
Se o outro me deixar
É essa a única esperança
Que alimenta a confiança
Que existe no eu que eu sou
Liberto do outro, eu
Terei aquilo que é meu
E já vou para onde vou
E agora amiga, já sabes quem eu sou?


quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Silêncio (con)sentido...


Falta-me tempo
Neste espaço apertado
E as reticências
Com que pintamos o vazio
Desprendem-se como folhas de Outubro
Num Outono sem palavras
As árvores nuas
Tão despidas como eu
Não sentem frio!
Apenas eu sinto o amontoar de silêncios
Em silêncio consentido
Neste espaço apertado
Onde falta o tempo


Palavras e fotos

FlorAlpina

Reservados os direitos de autor
Plágio além de feio, é punido por lei!

sábado, 19 de novembro de 2011

Licença Poética [Duetos Lomelinos]


Um livro único, escrito a várias mãos! No qual tive o grato prazer de também participar!








Na página 13

Carmen Ferreira/Emanuel Lomelino


"Que importa"
Que importa onde nascem as palavras?
Num castelo encanto
ou num vão de escada
se a folha branca que lhes faz de berço
só tem forma de poesia
depois de pintada com as lágrimas negras do poeta
ou com a dor vermelha nos dedos
gotejando sentimentos
por não saber escrever
palavras redondas
e grávidas de medos
soltam gemidos de esperança
enquanto esperam por esse berço
nesta mente,
Folha solta que balança!
Que importa onde nascem as palavras?



Se nem o silêncio de mil mordaças
lhes rouba a expressão ou sentido
e nem o ruído ensurdecedor
consegue secar a nascente que lhes dá vida.
Mesmo vogando por caminhos pedregosos
rumo à foz do seu destino
cada palavra fulge extasiada
dando vida à sua própria vida
renovando-se a cada sílaba
a cada tempo ou compasso
mostrando a essência de quem a pensou
escondendo o âmago de quem a escreveu
oferecendo saber a quem a lê
enriquecendo quem a diz.
Que importa onde nascem as palavras?

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

E depois foi assim...

Quando menos se espera, as coisas acontecem!

Vejam tudo aqui! http://naquintadorau.blogspot.com/2011/11/as-sextas-na-quinta-com-os-amigos.html


E aqui!https://picasaweb.google.com/107298995494531229674/ChaComLetrasRecebeuCarmenFerreira#


E aqui!
http://www.biblioteca.cm-vncerveira.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=654:comunidade

Obrigado Ná, Ferreira, Dra. Teresa, Dra. Maria José Areal, César, Rafael, e a todos os que me acarinharam neste dia maravilhoso!





quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A páginas tantas...(25)

...(da página 25 do meu livro "nasci com 35 anos")


Oh! Amigo banco de jardim
Do jardim florido proibido que inventei para mim
Num mundo meu tão secreto
Que de modo algum quero em aberto
Quando sinto que se torna longe o perto
Transparente ser, sem essência me sinto,
Carrego encoberto um fardo pesado doloroso
Que transporto em permanente silêncio não minto
Envolto em angústia ânsia e mistério
Tomando minha identidade, fardo malvado e poderoso
Sofro em silêncio, sou inocente, e as culpas que não tenho, eu as admito.
Já nem sei o que penso, já não sei o que digo
Invento verdades por necessidade e omito esmorecida evidentes grosseiras mentiras.
Oh mundo bravio que de sentimentos me esvaías
Médica de mim própria anestesiara o coração, fechei os olhos para não ver, hibernei, ou adormeci só para não sentir dor, por não querer ser, e não gostar de ser, o ser que sou, um SER apático que finge apenas viver.
Estranho ser, que não sabe ser, ou se sabe ser, não sabe ser o quer e sonha ser...e luta sem vencer ao querer ser o ser que sonha...

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A páginas tantas...(89)

Não se consegue desistir quando existem amigos como vocês!
Como não tenho tido opurtunidade/tempo/vontade...de juntar palavras novas, resolvi "reciclar" palavras antigas, escritas num tempo em que ainda pensava que os sonhos seriam possiveis...

"Porque pior que não concretizar os sonhos, é torná-los em pesadelos."

(Agarrei no livro e deixei-o abrir-se...ficou nesta página! )
Página 89 do meu "livro" Nasci com 35 anos

(...)Vou pensar em ti, és muito especial para mim! Vou pensar na pessoa maravilhosa que és, transpiras meiguice, esbanjas em vão sinceros afectos, exalas um perfume que embriaga de desejo, até o mais abstémio dos mágicos! És especial. Não mudes nunca, peço-te que jamais te esqueças do que te digo!
TÍMIDA, acanhada eu não tinha palavras para responder a tudo isto que acabara de ouvir e ver!
Eu estava estupefacta, impávida boquiaberta, mal conseguia respirar, sentia meu coração aos pulos, e o meu corpo dormente, não me atrevi a interrompe-lo, enquanto falava. Encontrava-me regalada a ouvir atentamente tudo quanto dizia, interiorizei cada palavra que escutei!
Como podia alguém que nunca me tinha visto conhecer-me tão bem assim?
Parecia que me conhecia de uma vida já!
Hipnotizou-me? Sim, talvez. Ou talvez não. Lembro-me de coisas que eu lhe perguntei e ele também me disse, que há muitas perguntas sem resposta mesmo para um mágico. São coisas que se sentem apenas, e que não existe reposta para tudo. Mesmo os magos têm limitações, e particularidades, e ele era na sua profissão, vendedor de sonhos especializado em despertar desejos, e não especialista em concretiza-los. Isso dizia ele, estar já fora dos seus domínios e poderes. Acrescentou ainda que existe em cada um de nós, comuns mortais, um poder especial para acreditar que tudo o que se sonha é possível concretizar, basta acreditar nunca desistir, e não deixar de dar brilho à lâmpada que nos indica o caminho a mágica lâmpada da esperança.
Reparei que cambaleava, tropeçava, e não deparava no que esbarrava enquanto se dirigia de novo para o baú, chamou-me então, e pediu-me ajuda.
_ Sabes, disse ele, é que isto de ser cego de nascença, por culpa de uma maldição, não é fácil mas eu já estou habituado, só preciso de ajuda para entrar de novo no baú que é um pouco apertado!
_ O quê? Tu és cego? Não consegues ver-me?
_ Não! Disse ele, nunca te vi, não sei se és preta ou branca, amarela ou azul, se és gorda ou magra, alta ou baixa, não sei sequer de que cor são os teus olhos o teu cabelo! Nada, não sei como és fisicamente, nunca te vi…
_ Então, como podes dizer que sou uma mulher bonita?
_ Senti-o! Disse ele, consegui ver o teu interior, e de certeza não me engano. És lindíssima, sei que és diferente e sinto-te muito, muito especial. E acredita que vais ficar para sempre, no meu coração! Eu acredito em ti, eu confio em ti, agora não te desiludas a ti própria! E sabes outra coisa...
(continua)


(Peço desculpa às pessoas "literariamente" sensíveis, pelos erros!)

domingo, 18 de setembro de 2011

Não quero escrever mais!


Não quero escrever mais!

Não quero escrever mais poema triste
A custo meu coração resiste...

Nem palavras mortas
Ou sílabas tortas…

Nem tempo sem tempos
Em verbos violentos...

Nem rimas nem prosas
Ficaram para mim, os espinhos, a outros as rosas...

Já não quero mais lágrimas
Ou sorrisos a manchar páginas...

Espinhosa, efémera beleza
Onde sobressai a tristeza...

Vou deitar fora escritos rasurados
E os poemas rasgados...

Segurarei firme o pulso
Quando de escrever voltar o impulso...

Vou fechar janelas e portas
À inspiração virar as costas...

Perdoe-me Sr. Camões
Mas todos temos direito a ilusões...

Há momentos que ficarão na memória
E outros nas páginas negras da História...

Venceu-me a exaustão
Guardo-me com o vazio na palma da mão

Não vou desaparecer
Apenas deixar de escrever…



Palavras e fotos

FlorAlpina

Reservados os direitos de autor

Plágio além de feio, é punido por lei!

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

“Arco-íris de sentimentos”

Foto do meu Filhote




Precisamente naquele momento
Em que me sentia cansada da chuva,
Levantei-me da inércia
Miseravelmente cómoda em que caíra,
Fechei de mansinho as goteiras
Das nuvens choronas,
Acendi às escondidas o sol da tarde
Mas não me culpem!
Eu não sabia!
O céu olhou para mim
Sugando-me num facho de luz
Até avistar uma montanha arredondada de cores!
Senti-me sufocar com tamanha beleza
E com a força do espanto
Engoli o arco-íris!
Trazia a balouçar numa extremidade o pote de ouro
Que tanto prometem as histórias
Mas vinha vazio de riquezas…
Baldeavam apenas umas gotas engraçadas, uns restos de tinta…
Porem os meus sentimentos que não tinham cor,
Desbotados pelas geadas do tempo
Acordaram entontecidos, abriram-se com o peso do estrondo
Do pote dourado caído a meus pés!
Se fossem letras, faria um poema!
Mas réstias tintas…
E com um coração daltónico, de que me servem as cores?
Pintei de olhos fechados,
De vermelho o mar
De amarelo os sorrisos
De anil os dias, para não destoar
De azul as saudades
De laranja o sabor amargo da distância
Dei violeta às horas que passam a correr
Oh, arco-íris de sentimentos
Em que mãos vieste bater!
Era previsível que pestanejando
Sobrassem cores…
Alucinei! E com o verde salpiquei o sol
E as searas num murmurar que só eu ouvi,
Ondulavam agradecidas, adiando a colheita!
As papoilas esconderam-se
Semi-nuas no seu encarnado sedutor
De novo ousadas esperando a primavera.
Revirei o pote reluzente ao contrário
Sentei-me!
Procurei descobrir as coloridas pontas arcadas
Que me iam de um olho ao outro,
Mas diante de mim,
Acendiam-se as telas florescentes
Da tua ausência,
Que as minhas mãos trémulas teimam em não largar!


Um dos três poemas com que participei no concurso de poesia "A poesia no encontro do tempo"
Mais pormenores e os belíssimos poemas que estiveram a concurso consultem o link http://camposcentrocultura7.wordpress.com/2011/09/09/concurso-de-poesia-aconteceu-magia/

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

"(Des)Conheço-me..."




Andei tanto tempo a fugir de mim...



Que hoje não sei quem sou...



Passo por mim e não me reconheço!



Há palavras que escrevo, e fazem-me companhia...



E há palavras que escrevo e me fazem sentir só!



Ressequidas são as frases



Colhidas num deserto de emoções,



Folha branca, terreno fértil



Onde gota a gota



As palavras ganham vida



Assim escritas me fazem companhia,



E no terno aconchego de palavras me sinto menos só...





Um dos três poemas com que participei no concurso de poesia "A poesia no encontro do tempo"
Mais pormenores e os belíssimos poemas que estiveram a concurso consultem o link http://camposcentrocultura7.wordpress.com/2011/09/09/concurso-de-poesia-aconteceu-magia/

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Sentimentalista.Talvez...






Mais que palavras


São os sentimentos em cada letra


Uma estranha dormência apodera-se de mim


Fecho os olhos.


Chamo o sono e o momento em que te vi partir!


Coloco juntinho do rosto a almofada que ainda tem o teu cheiro,


Deixo que ela absorva a lágrima de saudade que me fazes sentir.


E respiro o teu perfume com a sede de um moribundo no deserto.


Olho à minha volta e o silêncio assusta-me.


Esta noite vou dormir com a luz acesa!
Tenho medo que o escuro me roube tudo que entre nós se passou.


Quis-te na euforia desmedida de um momento.


Muitas vezes sonhei acordada com esse único instante.


Sentimentalista.Talvez...


Ardia-me no peito o peso da solidão.


Estou certa que para tudo existe uma razão.


Suspiro, fecho os olhos e tento dormir, mas nunca mais quero ficar sozinha no quarto onde te amei!









Um dos três poemas com que participei no concurso de poesia "A poesia no encontro do tempo"

Mais pormenores e os belíssimos poemas que estiveram a concurso consultem o link http://camposcentrocultura7.wordpress.com/2011/09/09/concurso-de-poesia-aconteceu-magia/


Parabéns aos vencedores!

E aos impulsionadores deste evento!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

A maré começou a baixar...

Ouviam-se os passos curtos de quem estava a chegar…
Contando a passagem do tempo entre dois goles de uma espera gelada, e a sombra amarga de uma rodela de limão…
Recortava abobadas ao pôr-do-sol com os braços cúmplices de indiferença, e os olhos postos em horizontes minúsculos que não davam para lado nenhum!
Suspensos no céu azul, apareciam ao longe poemas escritos com rastos brancos de ilusões deixados por memórias antigas.
Interrompendo de quando em vez o som ligeiro da brisa uns pensamentos sem nexo, imaginados no búzio sem cheiro a algas.
Delineava a medida certa das marcas da saudade na areia, e as ondas fantasmas que esbatem avançando e recuando numa tarde de Agosto.
Não sei ao certo, porque as gaivotas voavam em círculos estranhos, quase quadrados, mas acho que é por esta hora que a maré começou a baixar…
Porém desta vez não ficaram peugadas minhas à borda de água…para que o mar distraído não tenha o prazer de as afastar…



Palavras e fotos FlorAlpina
Reservados os direitos de autor
Plágio além de feio, é punido por lei!

sábado, 6 de agosto de 2011

Encostei-me num fio de tempo

Encostei-me num fio de tempo
À minha espera
O meu corpo indiferente, ali
Mas vazio…
O vento fazia balouçar as ideias
Entre a mente e o corpo uma distância imensurável…
Faltavam-me respostas seguras
Às perguntas bifurcadas

Encostei-me num fio de tempo
Numa esquina dos pensamentos
Enquanto me trespassavam os raios de sol
Sem me aquecerem
Faziam ricochete nas paredes gastas do passado
Reflectindo ainda mais cinzento o céu de um futuro que tarda…
Dando cor ao alarido de promessas tresmalhadas
Num burburinho de letras mortas…

Encostei-me num fio de tempo
Desacertados reflexos de meias palavras
Atravessam-me o corpo,
Ali, encostado num fio de tempo
Mas vazio…
A deixar desenhar em linhas tortas
Sombras nas paredes
Com pedaços de frases caiando a minha ausência




Palavras e foto FlorAlpina

Reservados os direitos de autor!

Plágio, além de feio é punido por lei!

sábado, 23 de julho de 2011

Pudesse voltar atrás...



Pudesse voltar atrás…
Não havia o (imenso) antes
Não havia o (breve) durante
Nem o (vazio) depois!

Aprendi que afinal nada sabia…
Aprendi que não devia ter tentado
Aprendi que ser humilde não vale de nada…
Compreendi, que quando se aprende com os erros é sempre tarde demais!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Cortei as asas...

Cortei as asas ao pássaro
Que cantava dentro duma gaiola
Presa no meu peito
No parapeito do silêncio
Ameaçava voar para longe
Em resposta ao ritmo lento do meu ouvido
Com as penas escrevo o movimento confuso dos sons
Escuto os ecos fragmentados de branco
Dos voos que fiz por entre o labirinto das palavras
Sentindo em cada centelha
O peso de sombras rasantes
Arrepia-se o poema nu a cada toque dos meus dedos
Enquanto o pássaro rastejante para meu castigo algema a minha sede
À cor ardente de uma nova melodia!



Palavras e foto FlorAlpina

Reservados os direitos de autor!

Plágio além de feio, é punido por lei!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Na breve espiral dos sonhos...

Diz-me, o que vês no vazio de mim?
O som de um búzio desabitado
A poesia incompleta
Num sopro de vento
Ou numa brisa de mar
Que nunca se misturam
Apenas tentam desaparecer na praia inteira
Como se o céu fosse cúmplice das carícias por dar
Pois consente parar de repente e sentir o respirar dos poemas
Na asfixiante folha do tempo controlador que amolga a inspiração
No interior de nós apenas o silêncio das palavras
A esperança vã esfuma-se como o cigarro que arde nos dedos de quem não sabe ler os prazeres nas entrelinhas do poema
A transparência dos suspiros faz sombra nas escadas que subo todos os dias
Na esquina da vontade subtil que te cruzes comigo enquanto sobes ao farol apagado para mudar a cor do mar
Tropeço em ondas ocupadas por outras gaivotas
Areias gargalham um som que não entendo
Avisando num piscar de sentimentos
Que o faroleiro acende reticências sensuais
Nunca verdes
Intermitentes desejos
Contornam os abismos
Com a intensidade
De quem escapa ao Estio dos dias
Na breve espiral dos sonhos...







Palavras e foto Carmen Ferreira(FlorAlpina)
Reservados os direitos de autor!
Plágio além de feio, é punido por lei!

quarta-feira, 13 de julho de 2011

...Extensão de mim






Uso a caneta como extensão de mim
E as palavras pontes para chegar a ti
Que se perdem num leito de ausência
Sem direcção no rio distante que secou
Ficaram as saudades barrentas
E as palavras agora poeira que o vento levanta
Tantas vezes escritas num paradigma de loucura
Que quero só minha

E como extensão de mim
As palavras não nos farão sentir
Não me levarão até ti
Não te trarão até mim…
Mas não consigo deixar de escrever






Palavras e foto Carmen Ferreira(FlorAlpina)
Reservados os Direitos de Autor!
Plágio além de feio, é punido por lei!

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Como prometi...

Cá estou eu a colocar algumas fotos...
Que retratam um pouco das emoções que foram vividas aqui...na Livraria LusoLivro em Zurich No número 213 da Hohlstrasse Alguns dos Amigos, que estão sempre presentes! Nos momentos menos bons e nos momentos felizes como este...Um Obrigado muito especial à professora Manuela Miranda, proprietária da livraria!
Que neste momento falava dos projectos para o seu novo local, e dava as boas vindas aos presentes, dando assim o "pontapé" de saida para o evento,



Em boa companhia! À minha direita uma grande Mulher e amiga, a Poetisa Ana Casanova que me apresentou assim como ao meu livro, à minha esquerda o Poeta Emanuel Lomelino, que além de amigo falou também em nome da Editora Temas Originais.


(Transcrevo só um pouco do que o Emanuel disse:)

Boa tarde a todos!
Em primeiro lugar eu quero dizer, que quando se pôs a possibilidade de eu estar aqui, ao lado da Carmen, era simplesmente como qualquer um de vocês, como amigo da Carmen, entretanto por influência da poetisa Ana Casanova, uma amiga comum, falaram com o editor e deram-me a responsabilidade de vir aqui representar a editora, que é comum aos três.
Então o meu papel é o mais fácil aqui na mesa, que falar um bocadinho da editora, que é uma editora que tem pouco mais de dois anos, faz uma aposta bastante grande em novos autores, como o editor é também um poeta consagrado em Portugal, inclusive ganhou o último prémio Bocage em Setúbal, ele sabe as dificuldades que cada um dos autores tem em conseguir colocar as obras no mercado. Porque em Portugal passa-se um fenómeno bastante interessante que é, por mês são editados cerca de 15 mil títulos, ou seja num país que se diz que ninguém lê, são muitos títulos!
Este livro da Carmen Ferreira, é um livro que eu não sei quando é que ela está a pensar editar outro (risos) mas não é isso que nos interessa agora! Este é um livro que tem um universo, de cerca de 15 mil títulos á volta dele (…)
…Esta é uma primeira incursão fora de Portugal! Pelas circunstâncias que todos conhecemos. Porque a Carmen reside aqui na Suíça, seria lógico fazer a apresentação do livro da Carmen, aqui junto das pessoas que tal como ela estão cá imigradas. E que para além da obra em si, tem o acrescento de ser em língua portuguesa, que sei que vocês porque estão cá imigrados, sentem um pouco mais, se calhar que nós mesmos a nossa própria língua, a língua portuguesa! Porque nós, (residentes em Portugal) o dia-a-dia é conviver só com portugueses, e não temos que traduzir o que pretendemos para uma outra língua, se calhar esquecemos até um bocadinho que somos portugueses. E vocês enquanto residentes noutro país notamos que têm muito mais enraizada essa situação de “ser português” (…) A Temas Originais é uma editora que aposta nas primeiras obras. Faz um acompanhamento junto dos autores, e é intenção da Temas sendo uma editora nova, uma editora pequena, crescer junto com os autores, e se houver um autor que cresça, que dê passos maiores, a editora está sempre associada e tenta acompanhar o processo do autor! Neste caso delegaram-me a mim acompanhar a Carmen e a sua obra! (…)
…Sobre a editora é tudo o que tenho a dizer agora. (…) Sobre a Carmen como amiga tenho a acrescentar que desse por onde desse, fosse aqui fosse em Portugal, fosse onde ela estivesse, eu tinha-lhe prometido que iria estar com ela neste dia! (…) Agradeço a vocês todos amigos da Carmen, o estarem aqui hoje com ela a partilhar este momento! Acreditem que para quem edita um livro, este é um momento tremendamente importante! (…)
Para vos falar da obra propriamente, passo a palavra à poetisa Ana Casanova…

(A Ana com a boa disposição e força que sempre a acompanha fazendo dela a Mulher que muito admiro disse:)

"Foi com muito agrado e alguma surpresa que recebi o convite da Carmen para a apresentar aqui em Zurique na Livraria LusoLivro.

Respondi prontamente a este "desafio" já que é a primeira vez que faço a apresentação de um autor e da obra, não só por esse factor mas também e principalmente pelo prazer que o mesmo constitui.

Admiro a Mulher e Autora que conhecia já da partilha que faziamos da nossa escrita no mundo dos blogues.

Falar da Carmen, é falar de uma Mulher que considero como ser humano muito especial pelos valores morais que lhe reconheço.

Honra, Amizade, Amor, Lealdade,fluem nas palavras desta Mulher/Autora que se expressa através da escrita quer em prosa quer em poesia.

É esta Mulher, Empreendedora, Sonhadora, Batalhadora que aqui vos apresento hoje!

A Mulher que luta e prossegue, perseguindo o seu sonho maior que é o fazer "ouvir-se" enquanto escreve.

É pois desta forma, que me orgulho de estar ao seu lado como amiga e leitora, assistindo ao seu "nascimento" literário.

Porque sei que a Carmen gostará, passo a ler o prefácio que escrevi para o seu livro.


(Prefácio)

NASCI COM 35 ANOS
Porque a vida nos reserva surpresas a cada passo, foi com agrado que descobri nesta obra a Mulher/Autora, Carmen Ferreira,
Mas revi também a vida, pensar e existir de tantas mulheres, como leitora.
Em “Nasci com 35 Anos”, encontrei a Mulher/Mãe/Amiga/Companheira mas a mulher que sabe que tem mais para dar, que se questiona e tem sonhos, que quer tornar reais.
A escrita é a forma como Carmen se liberta e revela, sendo o refúgio mas também o ponto de partida para a mudança e viragem que pretende dar na sua vida.
Através das palavras que usa de variadas formas, unindo-as ao seu jeito em prosa ou poesia, contando histórias belas e cativantes mas sempre com mensagens onde se denota a sua personalidade, sentir e valores, em que acredita e que quer fazer valer,
Desnuda-se e recria-se.
É da mesma forma que muitas vezes nos fala de um mundo real onde com pureza e sinceridade diz o que sente mas que sabe que apesar dos cuidados que tem com os outros, os fere exactamente com a Verdade!
A autora assume com gosto que é com as palavras escritas que gosta de se expressar, porque sente nisso um enorme prazer e chega a apelidar esse acto de quase “orgástico”
É fascinante a forma como nos revela, desabafos, liberta dores, desencantos, frustrações mas também o amor, paixão, sonhos e a enorme vontade de dar asas à imaginação, unindo forças e fragilidades.

A sua vontade, essa é independente!

Como disse Henry David Thoreau, “Se já construi castelos no ar, não tenha vergonha deles. Estão onde devem estar. Agora dê-lhes alicerces.

É da mesma forma e com uma certeza que ficamos ao ler esta obra, que recomendo:
A partir de agora, nada será como dantes.

(Ana Casanova)


E os momentos de emoções e nervosismos aconteceram naturalmente!

E a Ana tinha razão..."a partir de agora nada é como dantes"...

Como disse e repito...Gosto mais das palavras escritas que faladas!



E alguns dos meus livros...noutras mãos...depois de um convivio muito agradável!

E é sempre nas nossas mãos que o sonho se aconchega!
Só depende de nós dar-lhe asas e deixa-lo voar!

terça-feira, 28 de junho de 2011

Um sonho nas mãos



Volto assim que puder para contar como foi o lançamento do meu livro!

E mostrar imagens do que foi um dia inesquecivel!

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Nasci com 35 anos




Extraído a páginas tantas do livro,


"...Tenho sede de viver!

Estou curiosa, sedenta de saber, acabei de nascer, e preciso crescer!

Crescer do nada!

Crescer de novo!

Crescer devagar...

Estimula-me o ego, agita-me o meu ser, adoro crescer devagar!

Devagar e ao mesmo tempo sinto pressa de viver!

Mas falta-me o mar...

Não sei porquê, serei nesta vida marinheira?

Conseguirei eu ser comandante em meu navio, e ter mão firme no leme da vida?..."


segunda-feira, 20 de junho de 2011

A felicidade é uma nuvem passageira...

As tempestades tremendas
Não me impediram de chegar aqui
A libertação de pensamentos
Aprisiona-me as palavras
E a felicidade é uma nuvem passageira!


Foto e palavras

FlorAlpina

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Apresentação do meu livro!




Tenho andado afastada da blogosfera e por conseguinte dos vossos espaços!
Mas ao contrário das outras vezes, este afastamento deve-se a uma causa muito positiva!

Não é fácil na adversidade de alguns dias que tenho vivido, transformar os sonhos em realidade, mas aprendi que não é impossível! E desistir, apesar de parecer por vezes o caminho mais fácil, nem sempre é o caminho certo!

Há pouco tempo atrás uma pessoa amiga disse-me,
Carmen, quem não desiste arrisca-se a vencer!

Por isso é com enorme emoção que partilho convosco o motivo de minha alegria!

Por favor clique na imagem!





FlorAlpina= Carmen Ferreira

terça-feira, 7 de junho de 2011

Às vezes, existem rostos por detrás das flores!



Era apenas flor
Ninguém sabia o seu nome
Flor Alpina
Ninguém sabia que espécie era
Flor dos Alpes
Uma flor que desaparecia todos os dias ao pôr-do-sol,
Para ressurgir na manhã seguinte, com os primeiros raios se luz.
Um dia cansou-se de ser apenas flor sem nome!
O que fica depois do Outono?
Uma flor esquecida no sopé da montanha!

Às vezes, também existem rostos por detrás das flores!
E pessoas sem nome que se conhecem devagar…

terça-feira, 17 de maio de 2011

Segredos de bruma...




Inventou bem-estar ao pôr-do-sol nas palavras que ia deixando no areal deserto em que se conheceram. Ainda não era tarde e as gaivotas recolhiam não se sabe bem onde dando mais lugar ao vazio que agora fica! Quando tentou recolher as pegadas, era tarde demais, enterravam-se mais e mais com o peso dos sonhos!
Ninguém a sabia assim perdida!
As palavras cada vez mais directas, expressavam cada vez menos sentimentos. O silêncio, esse que cobria os vultos sem rosto de pessoas que se escondiam na própria sombra, cheirava a lágrimas sensabores, porque o sal ardente característico das dores, brilhava do outro lado das letras.
E o movimento das ondas já não desenha a espuma poemas vermelhos, nas folhas esvoaçantes da montanha com vista para lado nenhum!
Amanhece, e por volta da hora prevista, mais minuto menos minuto, já não regressa a maré cheia de ideias que outrora abalroava a mente analfabeta de quem está sentado no penúltimo degrau do abismo!
Os raios de sol frios pincelam as cores do quadro que ninguém entende, numa tela cinzenta que desaparece quando se fecha o último chapéu-de-chuva num dia de angústias torrenciais, com uma imagem desfocada no horizonte do homem que vendia sonhos a troco de risos adiados, conspirando prazeres muito além do imaginário.
Na queda das palavras as asas de vento eram inúteis! Esperando apenas o momento final, sentia a confiança em fanicos. Embrenhou-se na penumbra e a harpa ensaiava a melodia da brisa, como uma valsa em seus cabelos. Depois no silêncio o vento sussurrava-lhe aos ouvidos réstias de esperança, num jogo perigoso de perguntas e respostas. E os passos aflitos, apressados, tropeçavam nos segredos de bruma, válvula de escape dos dias iguais!
Talvez não soubessem mas respiravam o mesmo ar, afogavam-se ambos bebendo palavras impotáveis.
Espraiando relâmpagos com o pensamento, o corpo treme o olhar troveja pela incompreensão! Turbulência no plural!
Acaso a maré alta não falhe seguirá o seu apelo para os subúrbios da ilusão onde a realidade por vezes dói menos!
Sim, ela foi entristecendo, mas insistirá na busca difícil pelo búzio encantado ainda que essa seja a única forma de reconhecer o mar…

[Palavras e foto

FlorAlpina]

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Na minha fraqueza...



Hoje não me ofereças lenços…
Para absorver as lágrimas
Que teimam em cair…

Hoje não me ofereças sorrisos…
Para calar os soluços
Que asfixiam as palavras…

Hoje não me coloques pachos quentes…
Embebidos em palavras de fantasia
Nas feridas abertas…

Hoje não me peças calma…
Para reprimir o grito da alma
Que me queima o peito…

Hoje não me peças que tenha esperança…
Nas palavras que me gaguejas
Esgotei-a a tentar ser forte…

Hoje…
Deixa-me ser somente eu…
Na minha fraqueza…



Palavras e foto

FlorAlpina

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Milagre quase impossível...




Sentia-se uma estranha magia no ar.
O calor de uma luz que não se via abraçava-nos.
Quando nada procurava, encontrei o que há muito perdera, redescobri uma fé desbotada pelo sol e a chuva dos tempos difíceis numa encruzilhada de complicações, em que sou peregrina!
Não sei que força era aquela que me sugava, o pestanejar lento denunciava o meu cansaço e mesmo no momento em que estava para ceder abriu-se uma janela, estava fechada por dentro e só eu tinha a chave e ainda que pequena encheu-me o coração de esperança.
Raios de sol plenos de paz levavam meus pensamentos, além fronteiras.
Assim à mistura de lágrimas e sorrisos levitava dos ombros o peso dos anos em feitio de cruz, símbolo de uma dor que não é só minha.
Enquanto as oliveiras cresciam no meio de ruínas e barro antigo, esvoaçavam pedaços de memórias em silêncio como folhas de Outono na mente!
Nunca estive tão perto de um lugar distante como naquele dia, o horizonte tinha o colorido de um quase milagre, nas vestes brancas de um homem diferente, agarrei-me ao voo das imagens, com a sede de quem está moribunda num deserto há muito tempo, tentando sobreviver na sombra dos cactos, arriscando resistir ao hálito próximo e acre dos abutres! (Falsas sentinelas, companhias rentes, e reles de dias e dias sem fim!)
A multidão em silêncio meditava. Com o olhar concentrado ou indiferente, mas olhando todos na mesma direcção, atravessando o ondular das bandeiras de várias pátrias. Deram-se as mãos não falando sequer o mesmo idioma.
Talvez fosse apenas um diálogo delicado entre surdos e mudos!
Enquanto o brilho breve de um outro espírito me emprestava a felicidade, caminhava na mansidão de gestos simples, esquecendo os passos perdidos, passos carcomidos de segredos, nos trilhos indicados em mapas indecifráveis.
Mas ao menos e por agora no final de mais uma etapa já sei quem sou EU no meio da multidão, ainda que espere o milagre quase impossível, não vou deixar nunca de o pedir!





Palavras e fotos


FlorAlpina

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Abril...



Abril...
Sacudi o pó dos cadernos,
Onde guardo poemas começados
À procura de um que fosse adequado
A esta data de liberdade, 25 de Abril.
Mas o lugar vazio que ficou na estante
Fez-me lembrar do meu país distante
Portugal
E dói-me ver esta pátria livre
Cada vez mais presa!
Basta estar atento e observar,
E a mesma liberdade que antes brotava nos cravos de Abril
É a mesma que hoje como um garrote apertado nos reduz a vontade!
As nuvens negras toldam o céu azul
As lágrimas derretem sorrisos, sabendo a maresia
E em Portugal no país do sal
O pão insonso dos dias sofridos já não tem o sabor de vitória
E as sombras não são de gloriosas bandeiras desfraldando-se ao sol
Mas das pétalas de confiança pisadas
Da cor dos cravos, apenas o sangue da mágoa!
E a dor do povo de novo verde, que geme e treme de medo
De um novo amanhã que tarda.
Morreram-me nos dedos as palavras!
E as esperanças na madrugada risonha
Foram-se perdendo aos poucos
As lembranças de um Abril
Onde o povo já não ordena!
Ouvem-se apenas as vozes daqueles cada vez mais loucos
Procurando luzes em becos sem saída
E já nada de novo ou tão pouco nos dizem!

Porque 25 Abril já não é o que era!
Já não é o que outrora foi!

Despertamos todos os dias e as noticias primeiras que nos chegam de longe são sempre as mesmas!
Crise, crise, crise!
E a única verdade transparente,
É um povo sem força e sem voz
Dissolvem-se assim nas brumas da memória
As lembranças deixadas pelos nossos egrégios avôs!



(Palavras da FlorAlpina

Lidas num jantar de comemoração do 25 de Abril, na APZ de Zurique)

terça-feira, 19 de abril de 2011

Sei pelas árvores...

Sei pelas árvores que já é Primavera
Salivam a seiva desejosa de vida
Obedecendo á lei da natureza
Em rebentos que declamam poesia viva
Apareceu de mansinho
E eu dormia enquanto ela chegava!
[Estava aqui e tão longe]
Acordaram-me os raios de sol
Que brilhavam pelas nesgas das folhas novas!


Soube pelas flores que já é Primavera
Desabrocham serenamente
Numa doce explosão de cores
E o seu perfume, inalo-o devagar
Com medo de me asfixiar!
Às vezes peço trégua à falta de ar, para respirar de novo!
O pólen á deriva paira por ai ameaçando-me
E a memória das cores dos anos passados brilha como pérolas
Tingindo de mais azul o céu!


Soube pelos pássaros que já é Primavera
Transportando nas asas o amor
Pousando no rebordo dos ramos em danças acesas
Onde ficam suspensos os prazeres
Soletram cadências em voos ritmados
Sinfonias de cantos enigmáticos
Consumam o namoro veloz
Repenicam nas cúpulas das árvores
Gorjeios de um sentir absoluto
Como banda sonora de uma vida por acontecer! E os olhos presos de inverno
Na armadilha que a natureza me teceu
A inquietude do sol que tarda em aquecer-me
A sorte bateu-me à porta, abri,
Um sopro de saudades bravas
Silvou em redor de mim
E com um sorriso acanhado descobri finalmente,
Que tudo reaparece na altura certa,

Soube assim que já era primavera!





Palavras e fotos


FlorAlpina

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Beijos perdidos...

Beijos perdidos…
Guardamos em nós beijos perdidos
Quentes
Que trocamos na noite fria
No silêncio das bocas aflitas
Saudades dos mergulhos nas marés incertas
Num vai e vem ritmado dos hálitos
Dos beijos tatuados na pele suada
Arrepios de lábios sôfregos
Sem pudores
Instantes sedutores
Desejos num beijo imperfeito
Das vontades que em nos descobríamos
Dos segredos que saltam na garganta
Em palavras bambas
Desnudam os desejos
Em tom de melodia os nossos beijos
Crescem em nós, vontades roucas
A sussurrar segredos meus
Na liberdade dos lábios teus
Na corrida louca e doce de pés descalços
Pegadas que gemem baixinho
Num andar que não cansa
À espera do encontro final de braços sedentos
No limbo esquecido da fonte secreta
Onde transbordam fantasias
Um brilho de dedos atrevidos
Enquanto procuramos a cor certa dos olhos
Mais um beijo dado
Êxtase e silêncio!
E todas as palavras oficiais jamais conseguem prender um beijo roubado!


Imagem da net,


Palavras da FlorAlpina






domingo, 10 de abril de 2011

Nas margens de um rio transparente


No meu livro inacabado dos dias

Albergo as palavras de vento

Na vertigem das promessas

Sobram letras soltas

Escondem -se vontades no contorno dos sentimentos

E num bater de folhas

Acordam as vogais adormecidas

Correm libertinas

À procura de linhas livres

Desafiando beijos

Onde descansar os lábios

Nas margens de um rio transparente

Onde desaguam todos os poemas imundos que começo…


Palavras e foto

FlorAlpina

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Repuxos de alegria!

Como é bom receber ramos de palavras

Perfumados de carinhos!

Repuxos de alegria na força dos amigos!

E sentir os abraços nos poemas

Com a energia de um sorriso!


Foto e palavras

FlorAlpina


Obrigado!

Aos seguidores e amigos/as que não desistem de mim

E incentivam-me a viver com um sorriso cada vez mais forte!

sábado, 2 de abril de 2011

Lar doce lar!

A todos vocês que conheço realmente, A todos que só conheço virtualmente, A todos que não conheço, nem sei se virei a conhecer de outra forma a não ser pelas palavras! A todos vós, Pela força, Pela fé, Pelo carinho. Pelas palavras… O meu muito obrigado!


Lar doce Lar


De volta ao aconchego do lar

Um ninho pequenino

Onde tenho mais, muito mais, que dois braços á minha espera

Razões do meu acordar a cada dia

Segredos que levo comigo nos punhos fechados

Por no coração já não haver mais espaço

Para este amor de todas as cores

O brilho dos meus olhos não é só insónias

É o sentimento desalinhado

De querer beijar o destino

Agradecer ao universo

E desfrutar da oportunidade de regressar


Ao Lar doce lar

Onde viver é muito mais a cada voltar!

Palavras e foto

FlorAlpina

quarta-feira, 30 de março de 2011

...Um novo amanhecer...

No cume da montanha onde subi, o céu parecia mais perto! E a vista era dislumbrante! Mas é na encosta junto ao lago (que me faz lembrar o mar) que vagueiam agora meus passos, trémulos de esperança... Em busca de um chão seguro, sinto debaixo dos pés a relva fresca das gotas de orvalho, onde cintila já um novo amanhecer...
Palavras da FlorAlpina

(ainda no hospital, mas em franca recuperação)

sábado, 26 de março de 2011

Escorrem ainda frescas as dores...

Escreveu com o olhar os seus pensamentos, nas paredes brancas do quarto escuro.
quando pela manhã abriu de novo os olhos, e quis recolher as palavras, era tarde demais!
Tinham pintado com morfina o tecto, e escorrem ainda frescas as dores nos seus dedos...

Palavras da FlorAlpina,
(sem imagens possiveis por me encontrar internada desde o dia 22...
a recuperar lentamente)

quarta-feira, 16 de março de 2011

O tempo fez xeque-mate!

Pousei devagar no tabuleiro de xadrez há muito vazio,
As palavras que guardava numa mão-cheia encostadas ao peito
Tentei posiciona-las nas posições mais certeiras.
O tempo fez xeque-mate!
E eu perdi…


Palavras FlorAlpina
Fotos do Jorge marido da Flor