quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Esperando...o...(In)Esperado...


Na resposta,
Demorada…
Dias e dias a fio,
Esgotei nos últimos tempos,
Conjugações infinitas do verbo esperar,
Desesperando…
Vesti apertadas esperanças vãs,
Desconfiando...
Absorvi incertezas,
Com a certeza apenas do não por resposta…
Desanimando…
Bebi lágrimas sem custo,
Que com o hábito aprendi a disfarçar…
Dissimulando….
Andei sobre as nuvens frágeis de ilusão,
Escutando a cada passo dado,
O som das bolhas irrisórias de confiança a estourarem…
Deprimindo…
Moldei forçados sorrisos de coragem,
Com lábios rasgados pela aspereza…
Doendo…
Sobressaltei dos pesadelos reais,
Nos escassos sonhos que sonhei,
Desassossego…
Cansei-me de aguardar,
Agora já sei, o que não chegará nunca!
Despi-me das esperanças,
Desapertando os fechos que me apertavam,
Desabotoando botões,
Pois já não pertencem às casas gastas da espera,
Sai da emboscada infinita desse maléfico verbo esperar…
Desanimada…
Engoli as certezas cruas, admitindo verdades devastadoras,
Projectadas por reflexos enganadores…
Vangloriem-se, pavões emproados, no palco da minha desventura!
Falsos vencedores nesta viciada ribalta!
Saciei a secura de vencer, com as lágrimas que verti,
Gastei os sorrisos moldados do tempo em que era criança…
Caminhei sobre o areal, inundado de enganos…
Quero adormecer nas dunas do esquecimento…
Num invulgar sono surdo, onde já não quero sonhar…
Será mais fácil não sonhar, não acordar, quando temos a certeza logo pela manhã, que ao entardecer teremos que varrer, os cacos de mais um dia quebrado…
Recolho ainda com muito cuidado os pedaços aguçados, de mais um sonho despedaçado…





1 comentário:

  1. Parabens amiga,
    por seres como és,
    e obg, por fazeres parte dos meus amigos...
    tudo de bom em 2010...
    que tenhas tudo o que este ano te negou, e muito mais...
    (vai aparecer anónimo) mas tu, sabes quem sou.

    ResponderEliminar