terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O mar...que eu invento...



Sentada no alto desta ravina…
Olho o infinito…
Vale enfeitiçado…
Traiçoeiro…
Entre frias montanhas solitárias…
Sinto repentina uma estranha brisa…
Sopro de mar…
Borbulhar gélido enganador…
Levanto meus pés em vão…
Os banhara já esse atrevido mar…
Que eu sem saber evocara…
Transborda o enfeitiçado vale…
De uma água salgada…
Água de mar?
Ou salgadas lágrimas?
Lágrimas de solidão…
Choradas pela saudade de um mar distante…
Mar que imagino e sinto…
Com a força do meu querer…
Beija meus pés com desejo…
Como se em cada salpico…
Vivesse um meigo beijo…
Estranha magia de cores…
Verdejantes segredos…
Escondidos pela branca espuma…
Esbatidos no negro musgo…
Neste coração rude…
De pedra…
Estarrecido…
Por este sofrer antigo…
Misteriosa montanha de enigmas…
Escritos pela dourada luz do sol de inverno…
Ao som da melancolia…
Bailam…
Voam, soltas as folhas de um caderno…
O ruído do vento abafa com carinho…
O suspiro da poetisa….
Que já não encontra palavras…
Para descrever o vazio…
Desta distância imprecisa…
Ou desta vaga diferença…
Entre a ilusão e a realidade…
Debaixo deste céu imperfeito…
Que une e separa…
A montanha e o mar….
(imagem, olhares.com)

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