terça-feira, 11 de maio de 2010

Janelas do passado...


Abro a janela do passado,
Deixo entrar suavemente a brisa
Que transporta os mornos odores do verão ...

Guardo na memória olfactiva o cheiro a desejo
O sabor a maresia desse Verão
Que se aproxima veemente
Numa galopante vontade granítica
Imagens inexistentes roubam-me o sono
Esvazia-se a mente inconsciente
Cheia dos risos sussurrados
Instintivamente ritmados
Sob a pressão do impossível
Seco os pensamentos vagabundos
Com as folhas dos poemas rasgados
Amachucados transformados em toalha benevolente
Absorve os meus segredos...

E as saudades são simples palavras
Quentes orvalhadas e voluptuosas
Cinzas aparentemente apagadas
Reacendem com o trinar dos pássaros
Abafadas pelo som das ondas que não ouço
No parapeito da janela do passado
Repousam carícias soalheiras á espera das tuas mãos
Acordam do sono de inverno nos vasos semeados
Alfobres de amores - (im) - perfeitos...
Rego com cortesia os pensamentos desalinhados
Braçadas repentinas de realidades em jeito de fantasias
Pestanejam ao vento com ar inocente as palavras...

No horizonte da memória da janela do passado
As palavras…
Que não sei dizer…

12 comentários:

  1. Ora a mim parece-me que as palavras não têm segredos para quem escreve com tanto sentimento. Sabe sempre bem passar por aqui. Já agora, bonita foto.

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  2. Minha querida
    Maravilhoso o teu poema, fica o sentimento nas palavras por dizer...Lindo

    Deixo o meu carinho e um beijinho

    Sonhadora

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  3. Hoje tive oportunidade de vir ler-te e foi muito bom. Deparei com uma bela escrita e acredito que não tenhas ainda dito tudo, mas dirás, para o prazer de te lermos.
    Beijo

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  4. O quanto dói abrir a janela do passado...e lembrar quem um dia nos fez tão feliz...e hoje nos deixa tão tristes...
    Beijo d'anjo

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  5. Olá,
    Simplesmente gostei.

    Um beijinho
    António

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  6. As palavras muitas vezes nos magoam! Outras vezes, alimentam ainda uma esperança.
    Cada uma das palavras do poema, é uma doce caricia...


    Beijosss
    AL

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  7. Olá querida
    Belo belíssimo seu poema.
    Ao abrir a janela faz uma limpeza interior, dando abertura para coisas novas.
    Com muito carinho BJS.

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  8. Que o orvalho que desce suavemento do céu todas as manhãs, dissipa também qualquer sentimento de tristesa de seus dias de verão, que sejam sempre de muitas realizações,bjs

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  9. No passado nem sempre se deve mexer...
    Beijito.

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  10. ...há palavras que não devem ser murmuradas...mas sim guardadas no silêncio de cada um de nós...
    Lindo o teu poema.

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  11. ola carmen nao tenho palavras para comentar estes lindos poemas mas so sei que voce e maravilhosa e vai realizar o seu sonho que voce acha impossivel forca e nao desista beij da sua grande amiga ana

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  12. Lindo amiga, este quase diria ser meu, falando
    do passado e de saudades que sempre me apoquentam.
    Adorei ler.

    beijo
    natalia

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