terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Falta-me hoje um pedaço de chão...

Quis calar as vozes dentro de mim
Asfixiar o pranto…
Para que o meu silêncio te ferisse!

Mas a seguir quis ter forças para engolir o céu negro
Que nos ofereceste
No dia em que dividiste o sol da felicidade
Tirando bruscamente a peneira que o tapava
Queimando-nos com raios de indiferença…

Derrotada quis GRITAR!
Gritar bem alto para que me ouvisses!
Cuspir palavras de fogo
Como trovões que me esburacam o peito…
Cravando-as no teu coração de pedra…

No fundo de mim carrego estilhaços do passado
Que se cravam cada vez mais e não consigo
Soltar os lamentos que trago contidos…
Os queixumes comprimidos nos anos
As palavras coaguladas no tempo…

Olho em frente apenas abismo…
O vazio...
O degelo dos sentimentos…
E atrás de mim, nada…
Nada!

Nada!

Entre os pés e a terra…
Falta-me hoje um pedaço de chão…
(Palavras da FlorAlpina,
Foto da Zita)

19 comentários:

  1. "engolir o céu negro" e "cuspir palavras de fogo" é obra, amiga! Belas metáforas e um grito de revolta entalado na garganta. Gosto de ler poemas assim. Parabéns pela inspiração.

    Beijos

    Runa

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  2. Um grito que soltas do peito com força...de uma forma poética e comovedora.
    ...grita e deita para fora todo o passado...já não existe!
    O presente tem muito chão para ti e para nós, filhos da terra e do universo que apenas por aqui passamos algum tempo.

    do mundo colorido vai um abraço de luz

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  3. Um grito forte, sentido,mas lindamente trazido aqui...

    Fica bem, beijos,tudo de bom,chica

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  4. Como já te disse mil vezes adoro a forma como escreves, mas...para quê sofrer pelo dia de ontem se já não o podemos modificar para quê sofrer pelo dia de amanhã pois não sabemos se vai chegar, é só mesmo o dia de hoje que é importante e esse minha amiga podes fazer dele o que te aprouver
    beijinos

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  5. FLOR Alpina


    Deixo um pouco da minha Ria...

    RIA

    Ria de Aveiro

    Tão pouco te tenho cantado

    Tão pouco te tenho escrito

    E tu Ria...

    Cheia de beleza

    Cheia de canais

    Com águas azuis e belas

    Vais esperando que te cante

    Que fale ao mundo

    Da tua beleza sem fim

    Dos teus barcos moliceiros

    Coloridos e acolhedores

    Do teu Rossio...

    Da tua gente...

    E da tua beleza...

    Linda Ria de Aveiro.


    LILI LARANJo

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  6. A vida nem sempre é justa! Porém jamais devemos desistir de lutar, porque quem desiste, está já vencido!


    Beijos,
    AL

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  7. Flor;

    Incrivel como são as interpretações literárias!.
    Este poema, lindissimo, poderá ser interpretado por quem o lê, de uma autora rude e em conflito com o amor.
    Quando o li e revi todos, tu, teu marido e filhos, familia lindissima, disse para comigo;
    A Flor poderá vir a ser, se assim o entender, uma grande dramaturga, porque capacidade literária não te falta.
    Parabéns.
    bjs e abraços para o Jorge e filhotes.
    da Ana e Osvaldo

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  8. ...que grito sentido, minha querida
    Flor!

    beijos do Brasil!!

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  9. "falta-me hoje um pedaço de chão"
    inventem-se novos pés; com asas bem acima da decepção mas abaixo dos sonhos.
    beijos alados!

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  10. Quem lê pode retirar várias interpretações.

    este grito que por vezes ou tantas nos entra na alma, é de quem sente a vida.

    Adorei!!!!

    bj

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  11. EM UNO BERRO BRADO,GRITEMOS ,POIS UNO SOMOS E HÁ DE SE IVERTER COISAS ESSAS DE VIDA NUESTRA,POIS TUDO TUDO,PASSA E ....PERMANECE

    SMACKS
    HUGS AND GIRASSOIS EM BRAÇADAS QUE ANJOS TE LEVAM

    VIVA LA VIEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE

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  12. Cara amiga
    Há que olhar em frente sem mêdo do abismo.
    Bjs
    G.J.

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  13. Minha querida

    O teu poema...um lamento...um grito...um apelo sentido.
    Lindo sempre o que arrancas da alma.

    Deixo um beijinho com carinho
    Sonhadora

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  14. Lindo poema, cheio de sentimentos, um lamento... um grito dentro de nos mesmos, Desejo uma boa semana para voce, bjs.

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  15. Amiga querida!

    Adoro poesia, mas fiquei gelada!!!
    Diga-me que este belíssimo poema não foi mais do que o resultado de um pensamento do momento.
    Não posso conceber a ideia de a sentir assim.

    Abraço terno.

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  16. Olá Flor...

    Lendo e sentindo, que entre os pés e a terra está a tua lucidez.

    Forte expressão, o "NADA", desse momento, contrastando com tudo a que tens dado vida!

    Gostei de estar aqui.
    Beijo e kandandos, amiga.

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