quarta-feira, 10 de março de 2010

Não me batem mais...


De mãe, estremece-me o coração
Quando ainda no alfobre da vida
Uma flor sem estufa, é arrancada do chão
Ninguém viu…em direcção ao rio…a saída…

Não importa os nomes que lhes dão
Mondadores sem idade…
Arrancaram do viveiro malmequer em botão
Caule andante…murchou na rivalidade…

Jardineiros cegos
Deixam crescer ervas daninhas
Nos muros das escolas
Nas muralhas das casas
Na selva das ruas…
No éden vazio
No portão do inferno da vida

Jardineiros cegos
Contam os votos, os números as estatísticas…
E a dor?
Os nascimentos e os óbitos…
E as crianças?
As cores dos apitos sem som…
E a infância?
A Europa comparações a 6 a G8 ou á dúzia que é mais barato…
E os lamentos inocentes?
Brincamos de faz de conta que somos todos iguais…
Ninguém se importou…
Ele… também não…
Despe-se do supérfluo…
Sem despedida…
Valente! Corajoso!
Inicia a viagem do fim da vida…

Na magnitude do desconhecido
Teve a coragem de abalar
Ouve a calma espiral do rio
Sofre na súplica do desespero…acabar

Poderes de sucção invisíveis
A má sorte escrava a chamar
Estendeu-lhe a fatalidade a mão
Entre gritos inaudíveis

Porque a flor/dor no rio fluTua
Marcada com o som da inocência
Da miséria minha/tua

E não se afogarão jamais
As palavras ondulantes
A mim, não me batem mais!

A mágoa é maior…mas eu não mais consigo dizer…

5 comentários:

  1. Muito lindo, Muito triste, Muito verdadeiro...bjs.

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  2. Um lamento por essa criança... tão pequena, tão em botão...
    Abracinho

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  3. *
    o silencio
    dos pró-criminosos,
    conspurcam as margens do Tua .
    ,
    revoltadas conchinhas,
    deixo,
    ,
    *

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  4. Minha querida
    Que grito sofrido no teu poema, não tenho mais palavras.

    Beijinhos com carinho
    Sonhadora

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  5. Tuas palavras bateram no fundo da alma!
    Tudo é tão frágil querida!

    Beijos
    AL

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