domingo, 21 de março de 2010

Caem as palavras...

(foto da internet)
Foi longa a noite...
Em que caíram as letras
uma a uma...

E sem aconchego caíam as palavras
Verbos eremitas vagueavam nos braços alados
Da luz do farol
Palavras eloquentes faziam voos rasantes
Num mar de fantasia...


Palavras encantadas entre o luar e maresia
Ecoavam na montanha
O orvalho é testemunha da avalanche de palavras
Que as ondas levaram
Caíam sim, caíam as palavras…

7 comentários:

  1. Minha querida amiga
    Como sempre um belissimo poema.
    As palavras normalmente esbarram com o silêncio, como te compreendo.

    Beijinhos
    Sonhadora

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  2. Vim deixar um carino em forma de poesia do meu divino ...

    Pablo Neruda

    Para meu coração teu peito basta,
    para que sejas livre, minhas asas.
    De minha boca chegará até o céu
    o que era adormecido na tua alma.
    Mora em ti a ilusão de cada dia
    e chegas como o aljôfar às corolas.
    Escavas o horizonte com tua ausência,
    eternamente em fuga como as ondas.
    Eu disse que cantavas entre vento
    como os pinheiros cantam, e os mastros
    Tu és como eles alta e taciturna.
    Tens a pronta tristeza de uma viagem.
    Acolhedora como um caminho antigo,
    povoam-te ecos e vozes nostálgicas.
    Despertei e por vezes emigram e fogem
    pássaros que dormiam em tua alma.

    com carinho
    Hana

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  3. O "silêncio" levou longo tempo a instalar-se.
    Abracinho

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  4. Palavras hão-de sempre cair... ou para o fundo do poeta ou para o fundo do papel!

    No fundo do poeta, as palavras muitas, mesmo muitas vezes doiem... é melhor então que caiam para o fundo do papel! Papel absorve tudo sem nunca dizer Ai!!

    Um abraço

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  5. Olá querida
    Belo poema, são tantas as palavras não ditas.
    Com muito carinho BJS.

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  6. Suave queda, plena de cor... Gostei muito.

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  7. A noite é uma boa companhia,
    para contemplar o seu Lindo Poema.
    PARABÉNS.


    Há Palavras que Nos Beijam

    Há palavras que nos beijam
    Como se tivessem boca.
    Palavras de amor, de esperança,
    De imenso amor, de esperançar louca.

    Palavras nuas que beijas
    Quando a noite perde o rosto;
    Palavras que se recusam
    Aos muros do teu desgosto.

    De repente coloridas
    Entre palavras sem cor,
    Esperadas inesperadas
    Como a poesia ou o amor.

    (O nome de quem se ama
    Letra a letra revelado
    No mármore distraído
    No papel abandonado)

    Palavras que nos transportam
    Aonde a noite é mais forte,
    Ao silêncio dos amantes
    Abraçados contra a morte.

    Alexandre O'Neill

    Bejs

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