terça-feira, 23 de março de 2010

Agudo...(In)Temporal...


Algures apago-me de mansinho
Tento em vão demolir a distância
Ressoa o diapasão da ausência
Alheia ao meu sofrer corre a sorte
Nas alamedas do passado
Perpetuam-se os silêncios
Nas sombras dos plátanos
Jazem as folhas secas
Escritas pelo tempo
Camufladas de castanho pelo inimigo
Esquecidas flutuam ao sabor das vontades
Enfeitiçadas numa dança insignificante
Transmitindo por delicadeza
Ressequidas mensagens mudas...

Agita-se dentro de mim o vento
Ergo-me de mansinho das trevas
Por entre as sombras do que foi
Vagueio no espaço
Onde escrevo em branco
A negra dor...
Intemporal sentimento
Irrompem as letras na folha vazia
Sem saber escrever o que o coração dita
Reaparecem laivos no papel da minha inexistência
Embriagados pela chuva
Através dos erros que o emendar da paciência
Perpetua no esquecimento
Cristalizo na espera
De olhares cansados amontoados no horizonte agudo
Algures apago-me de mansinho…



6 comentários:

  1. Minha querida
    Lindo poema, podia ter sido escrito por mim, de tanto que me diz.

    Alheia ao meu sofrer corre a sorte
    Nas alamedas do passado
    Perpetuam-se os silêncios
    Nas sombras dos plátanos
    Jazem as folhas secas
    Escritas pelo tempo

    Maravilhoso na tristeza.

    Beijinhos com carinho

    Sonhadora

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  2. Escreve e muito bem o que o coração dita, só que esse coração está magoado, ... não se apague... lute por "brilhar" numa competição com o sol que tarda em mostrar todo o seu esplendor.
    Abracinho

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  3. As palavras escritas desenham uma transformação que exalta, a sofreguidão, a intensidade e a genuína melancolia.
    Nuvens desabam sobre você tormentas torrenciais ...que vão se dispersar e criar um novo amanhecer.
    Bjs

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  4. Olá Flor Alpina! Tem selo para ti em http://bridesofertas.blogspot.com/
    Beijos

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  5. Transforma esse temporal, num raio de sol e não te deixes apagar, brilha ainda mais, todos os obstaculos serão mais facilmente ultrapassados

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