sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Noite e dia...

Nessa noite, não existia brilho…
Porque o manto imenso, apertado e branco que cobria a escuridão, não deixava acariciar com o olhar as estrelas… o céu vertia flocos cor de algodão…
E o ruído reluzente nos telhados de zinco era longo demais…
Não são namoros de gatos, em luares de Janeiros…
É o estrondo do silêncio!
Num silêncio esbelto!
Só silêncio!
A figura obscura do outro lado de lá…
Esbate no portão que adormece fechado…
Encantado pelas ondas de silêncio…
Saindo de mão dada com a amante fantasia…
Por entre as frinchas do portão que nem fechado tranca a imaginação…



Esconde-se na esquina de mais um dia, a noite!
Nas sombras de um céu aberto…
Vestido de gala vem o dia…
Comungando hóstias de faz-de-conta…
Beatas!
As ruas…
Traiçoeiras!
Armadilhadas de beleza…
Onde tropeçam os meus pensamentos…
Nas palavras congeladas dentro de mim…
Resvalando em labirintos de poesia…
Noite e dia…
(Fotos e Palavras FlorAlpina)

19 comentários:

  1. *
    sentires,
    profundos,imensos !
    ,
    enregelei no labirinto,
    das tuas palavras !
    ,
    parabens,
    ,
    conchinhas,
    ,
    *

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  2. A NEVE


    Às vezes nevava.
    O céu oferecia a neve para poder entrar na folia,
    como qualquer de nós cedia a bola para entrar no jogo.
    Os dedos só gelavam nos primeiros instantes.
    Daí a pouco tempo, as mãos ardiam como brasas.
    Às vezes nevava.
    Era um lençol branco e imenso, quase sem limites.
    Mesmo assim, alguns levavam braçadas de neve para casa,
    na esperança de que assim não derretesse.
    Uma qualquer espécie de alquimia
    haveria de conservar o gelo
    e transforma-lo em miragem perene e mágica,
    para íntimo deleite.
    Às vezes nevava.
    Fazíamos anafados bonecos com apêndices postiços,
    bolas de arremesso,
    construções que a imaginação
    e a quantidade de gelo permitiam,
    escorregas improvisados.
    Às vezes nevava
    sem sabermos muito bem porquê,
    nem o préstimo de tanta alvura.

    Beijinho
    João

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  3. Olá, Flor!

    Não há machado que corte a raíz ao pensamento, e quando chega a noite silenciosa e longa tem ele então todo o tempo do mundo...para vaguear,e fantasiar.
    Gostei do poema, tocado pelo frio que dele se desprende.

    beijinhos, bom fim de semana.
    Vitor

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  4. Minha amiga:
    Contrastes de situações de sentimentos.
    Gelei e aqueci de novo!

    beijinhos

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  5. Flor Alpina

    Com a neve, de noite vai embora o brilho, porém
    o poema e as fotos que, terão sido batidas de dia, brilham mesmo, a grande altura.
    Abraço

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  6. Lindo, Lindo!!!!

    Flor, não vi o e-mail a pedir o livro, das duas uma, ou foi para spam, ou apaguei-o sem querer, por favor envie-me outro com nome completo e endereço.

    Beijinho com votos de um Santo e Feliz Natal,
    Ana Martins

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  7. Olá, amiga dos Alpes

    Deixaste-me o quarto todo gelado. Agora vou ter de ligar o aquecedor...

    Gostava que juntasses o meu selo à tua colecção. Está, no meu blog, na página dos selos.

    Bjs

    Runa

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  8. Belas palavras.

    Gostei bastante do blog e estou lhe seguindo...

    Beijos

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  9. Gelei mas rapidamente aqueci...
    Admirei as imagens e sonhei, sonhei com o silêncio, a paz e o Amor!
    Abracinho meu!

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  10. Minha querida

    Como sempre sentimentos à flor da pele...escrito com a pena da alma.

    Deixo um beijinho com carinho
    Sonhadora

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  11. Simplesmente uma maravilha de poema, sentires e também de fotos.
    Bem-haja.
    Forte abraço
    Mer

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  12. na dicotomia da luz e das trevas da noite e do dia, nesta dualidade em que todos de alguma forma vivemos, também se encontra muita beleza assim o ditam as tuas fotos
    beijinhos

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  13. Cara amiga FLOR
    Obrigado pela amável visita.
    Parabéns poresta maravilhosa fotografia que as suas palavras tornam ainda mais bela.
    FELIZ NATAL
    Bjs
    G.J.

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  14. E...
    os teus pensamentos,
    voam tão longe,
    à procura do céu.


    Feliz Natal

    Beijo

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  15. Amiga querida!

    Que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!
    Fotos e poesia.
    Maravilhada deixo votos de um feliz Natal.


    Este Natal …

    Um tempo,

    Um espaço,

    O abraço.

    É o Natal de sempre

    Igual a outros Natais de outros tempos,

    Igual a si mesmo na manifestação,

    Na celebração,

    No acontecimento.

    Todo o enfoque que lhe damos,

    Tudo que o envolve amarra e ata

    São proveito e proventos

    De manifestações acordadas,

    Temperadas e outorgadas

    Pelos tempos instalados,

    Presentes no desassossego

    Das nossas vontades,

    Ausentes na luz da madrugada

    E na lonjura do brilho da safira.

    O Natal será sempre

    Um Tempo,

    Um Espaço,

    Uma época,

    De sementeira de amor,

    De enxugar a dor

    No grito gritado,

    No dardo lançado,

    Na meta traçada,

    Na mão amarrada

    Ao cais da esperança.

    O Natal deste tempo

    Será sempre e quando

    O Homem estiver disponível

    Na leira do seu coração.

    Natal de 2010

    Maria José Areal

    Beijinhos

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  16. Querida amiga, a excelência das tuas palavras neste poema é notória.
    Parabéns pela tua criatividade poética.
    Querida amiga, desejo-te um Natal muito feliz.
    Beijos.

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  17. É um encanto este texto.

    Desejo -te um óptimo Natal
    Beijo

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