terça-feira, 1 de junho de 2010

(Con) Sequências...

Sobreponho as letras...
Entrelaço as palavras...
Poesia?

Pontos e vírgulas...
E sangram promessas que procuram rimas...
Os dedos enleiam-se...
As mentes soltam-se...
Reticentes...
Os verbos tocam os teus ombros...
Lousa suave...
Onde em vão se esculpem poemas....

Divago á média luz...Da tua sombra...
Danço um tango por inventar...
Afasto-(nos)...
Perco-(te)...
Encontro-(me)...
Altas montanhas...nirvana...

Devem achar que sou louca...
E quem são vocês para me julgarem?

Assumo que a saudável loucura...
É o bálsamo embriagante que me mantém viva...
E na lucidez da minha insanidade...
Fervilham...
Dentro de mim… vontades...
Que lanço a um mar secreto...
Numa âncora em que me amarrei...

Afago o rosto de sereia...
Qual sereia?
Que rosto?
Se sou invisível...

Uma ilusão sem rosto...
Um corpo...Amorfo...
Uma miragem no deserto...
Onde quase me encanta ser odalisca...
Eu própria...
Poetisa?
Ou poema?
Sou resma de palavras...
Soltas...
E vontades agrilhoadas...

Amanhece...
O orvalho acorda-me dos sonhos...
As janelas entreabertas do céu...
Não me deixam vislumbrar a felicidade...
São fios de fantasia!

Esvoaço por entre a noite que me acolhe...
Adormeço no dia que não clareia...
Rasgo os momentos...
Desta cortina que não vejo...
Rodopio no vazio...
Abraço-me nas pétalas de chuva...
E enquanto a incerteza escorre...
Os pensamentos dançam...
No anfiteatro da mente em alvoroço...
A plateia vazia aplaude o meu silêncio...

Que ecoa...
Num labirinto...onde a solidão me guia...
As estrelas apagaram-se...
Com os raios de sol...finos...
Bordo um xaile de saudade...fria...

11 comentários:

  1. Amiga,

    Sobreponho as letras...
    entrelaçando as palavras
    nasceu esta bela poesia. Parabéns!

    Momentos de tristeza, de vazio, de loucura em que deixamos que a alma rodopie e se sinta livre.
    Depois de toda esta sequência chega a paz.

    beijinhos

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  2. Minha querida
    Lindissimo poema, palavras que tão bem conheço.

    Esvoaço por entre a noite que me acolhe...
    Adormeço no dia que não clareia...
    Rasgo os momentos...
    Desta cortina que não vejo...
    Rodopio no vazio...
    Abraço-me nas pétalas de chuva...
    E enquanto a incerteza escorre...

    Deixo um beijinho
    Sonhadora

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  3. Saudade... sentimento que tanto nos consome.

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  4. ...
    Há, naturalmente, a congénita inspiração
    que brota, torrencial, qual esguicho,
    a que o poeta induz a douta orientação,
    mais ou menos assim: aí, oh… bicho!
    ...
    Beijinho
    João

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  5. Eu aplaudo, não o seu silêncio, mas esta dádiva de entrega a nós, que lemos este seu deambular, entre a loucura da lucidez e a saudade...
    Abracinho

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  6. Flor Alpina
    Porque adoro os Alpes mando para lá um beijo grande...

    Lindas Pedras...
    adorei

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  7. Este poema nao ha palavras para dizer o quanto ele e lindo,como o poema como tu que o escreves te estas sempre ao lado de quem precisa e como pode mos ve na imagem tens ai mt pedras que te lancam nao mereces pois amiga como tu neste mundo ha pouquinhas mas continua pk eu adoro te so tenho que agradecer beijinhos

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  8. Minha amiga


    Dia da Criança.


    Deveria ser só para que as crianças nesse dia tivessem um dia totalmente de dicado a brincadeiras e divertimemtos.
    Mas...Esse dia é para RELEMBRAR os direitos das crianças e alertar para o que o mundo faz às nossas crianças...

    Eu não me canso de escrever e gritar esta desigualdade...
    Pouco ou nada se consegue..
    Mas pelo menos espero que se pense no assunto...

    Esta desigualdade dói
    muito...


    Um beijo

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  9. Querida Flor Alpina:

    "invisível" ???
    Vejo-te por detrás de cada uma das tuas palavras e poemas. Se queres saber até já te inventei uma voz, à falte de não te poder ouvir.
    Acharem que és louca???
    Quem dera tal insanidade e escrever rios de palavras contidas onde antevejo uma alma iluminada e uma criatividade tamanha.

    Gosto de te ler e tenho andado arredado.
    Aqui busco energias que porventura não imaginas.
    Grato pelas que me deixas, ao estares sempre presente na Serra...
    Kandandos meus

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  10. *
    o teu poema
    são palavras rendilhadas
    feitas bordados de vida !!!
    ,
    ornadas conchinhas,
    deixo,
    .
    *

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  11. Adorei ver esta foto. Porque desde criança quando vou a cachoeira vejo as pedras empilhadas. E acabei repetindo o gesto...

    Bela poesia!

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