sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A páginas tantas...(89)

Não se consegue desistir quando existem amigos como vocês!
Como não tenho tido opurtunidade/tempo/vontade...de juntar palavras novas, resolvi "reciclar" palavras antigas, escritas num tempo em que ainda pensava que os sonhos seriam possiveis...

"Porque pior que não concretizar os sonhos, é torná-los em pesadelos."

(Agarrei no livro e deixei-o abrir-se...ficou nesta página! )
Página 89 do meu "livro" Nasci com 35 anos

(...)Vou pensar em ti, és muito especial para mim! Vou pensar na pessoa maravilhosa que és, transpiras meiguice, esbanjas em vão sinceros afectos, exalas um perfume que embriaga de desejo, até o mais abstémio dos mágicos! És especial. Não mudes nunca, peço-te que jamais te esqueças do que te digo!
TÍMIDA, acanhada eu não tinha palavras para responder a tudo isto que acabara de ouvir e ver!
Eu estava estupefacta, impávida boquiaberta, mal conseguia respirar, sentia meu coração aos pulos, e o meu corpo dormente, não me atrevi a interrompe-lo, enquanto falava. Encontrava-me regalada a ouvir atentamente tudo quanto dizia, interiorizei cada palavra que escutei!
Como podia alguém que nunca me tinha visto conhecer-me tão bem assim?
Parecia que me conhecia de uma vida já!
Hipnotizou-me? Sim, talvez. Ou talvez não. Lembro-me de coisas que eu lhe perguntei e ele também me disse, que há muitas perguntas sem resposta mesmo para um mágico. São coisas que se sentem apenas, e que não existe reposta para tudo. Mesmo os magos têm limitações, e particularidades, e ele era na sua profissão, vendedor de sonhos especializado em despertar desejos, e não especialista em concretiza-los. Isso dizia ele, estar já fora dos seus domínios e poderes. Acrescentou ainda que existe em cada um de nós, comuns mortais, um poder especial para acreditar que tudo o que se sonha é possível concretizar, basta acreditar nunca desistir, e não deixar de dar brilho à lâmpada que nos indica o caminho a mágica lâmpada da esperança.
Reparei que cambaleava, tropeçava, e não deparava no que esbarrava enquanto se dirigia de novo para o baú, chamou-me então, e pediu-me ajuda.
_ Sabes, disse ele, é que isto de ser cego de nascença, por culpa de uma maldição, não é fácil mas eu já estou habituado, só preciso de ajuda para entrar de novo no baú que é um pouco apertado!
_ O quê? Tu és cego? Não consegues ver-me?
_ Não! Disse ele, nunca te vi, não sei se és preta ou branca, amarela ou azul, se és gorda ou magra, alta ou baixa, não sei sequer de que cor são os teus olhos o teu cabelo! Nada, não sei como és fisicamente, nunca te vi…
_ Então, como podes dizer que sou uma mulher bonita?
_ Senti-o! Disse ele, consegui ver o teu interior, e de certeza não me engano. És lindíssima, sei que és diferente e sinto-te muito, muito especial. E acredita que vais ficar para sempre, no meu coração! Eu acredito em ti, eu confio em ti, agora não te desiludas a ti própria! E sabes outra coisa...
(continua)


(Peço desculpa às pessoas "literariamente" sensíveis, pelos erros!)