domingo, 28 de fevereiro de 2010

Mais mimos...

selinho oferecido pela Maria Teresa,
do blog Beijinhos embrulhados!
Muito obrigada, por considerar o meu blog digno deste selo!


mimo oferecido por Mizinha,
muito obrigada pelo carinho!



Agradeço a ambas o carinho e as belas palavras com que me acarinham sempre, em cada visita aqui!
Se tem regras a cumprir ou a divulgar perdoem-me mas fico-me por enquanto, só pelo exibir de tão belas lembranças...

sábado, 27 de fevereiro de 2010

(In)activa...mente...


Dispersa-se a mente…
Nas asas da noite...
Sacudo o pó das sombras…
Agarro-me ao fio de um asterisco…
E prendo a imaginação…
Depois…
Depois difícil é parar…
Abrigo-me do rodopio de musas…
Sonâmbulas…
Desejosas de uma almofada…
Xô! Xô!
Atrevidas!
Correm atrás da minha insónia…
Dobro os pensamentos em quadrados…
Inconvenientes formas…
Porém escritas quadradas não rodam…
Empancam nas esquinas do esquecimento…
Arrastam as vírgulas, atropelam as pintas do i…
Acumulam-se no eco das reticências…
Ao som dos cochichos das comadres entrelinhas…
Desdobro os poemas amarrotados na cesta de piquenique…
Há sombra dos inconscientes queixumes…
Que pendem do tecto…
Sérios os tapetes suplicam silêncio!
Sofrem a repetição das rezas que faço em surdina…
Mendigando clemência á fantasia…
Adoço uma taça de escuridão moída…
Bebo a ignorância…
Amedronto a imaginação com o grito de um olhar certeiro…
Aperto os botões dos verbos largos…
Guardo as sílabas…
Na ponta dos dedos…
Desligo as letras…
Adio os epílogos…
Sobre as folhas em branco…
Atraso os soluços afiados do lápis apavorado…
Esperem ai!
Não sei se volto…
Vou encaminhar as pingas da chuva…
Para o deserto do sono…
E tento amanhã…
Um poema redondo…
Imerso em camomila…
Ou um simples poema verdadeiro…

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Primeiro mimo!



O meu primeiro mimo!

(Cof. Cof…) A tosse típica… de um inicio de discurso…
Para alguém que como eu não sabe discursar, e nem tem o dom da palavra, vai ser difícil mas vou tentar…

Recebi o convite para levantar este mimo do blogue “jacarée” http://jacaree.blogspot.com/
Ao qual desde já agradeço.
Fico feliz que me tivesse nomeado para tão cobiçado Óscar!
Serei eu merecedora de tal distinção?
A minha estimável assistência fará de júri, e através da votação saberei!

Perdoem-me o “stress” mas sou caloira nesta matéria.
Ao que me apercebi o prémio DARDOS visa reconhecer os valores que cada “blogueiro “ mostra no seu cantinho virtual, com vista a transmitir com empenho valores culturais, literários, pessoais, etc. etc.
E Que cada um deixa transparecer claramente ou nas entrelinhas dos seus blogues!
Mas... (e existe sempre um mas) também tem regras. Há pois! Não é chegar ali levantar o prémio e virar costas!
Nada disso!

1- Aceitar e exibir a imagem e cumprir as regras.

2- Linkar o blogue do qual recebeu o prémio.

3 -Escolher 15 blogues para entregar o prémio Dardos.
(15?????)



Eu aceitei, exibo a imagem, mas acho que não vou poder cumprir todas as regras…
Como sou caloira nestas andanças, e não tenho ainda 15 blogues nos meus contactos, eu deixo á descrição dos 15 primeiros que me visitarem e tiverem vontade de levar o selo, e depois se assim o entender terá por certo a bondade de me dizer que o levou. (senão amigos virtuais na mesma)...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

(In)Utilizo...o sentir...

(imagem da Internet)
Adormeço…
Entre os meus sonhos e o teu sorriso
Emoldurado no quadro do luar
Lençóis de esperas e improviso
Suave é a almofada do teu olhar

A lua guarda o incandescente desejo
Não alcanço apagar o clarão dos lábios
Encarnado, incandescente candeeiro o beijo
Escuto o teu rir em silenciosos brilhos

O encanto… tua companhia é o leito
Onde se esconde a alma do vento
Que me embala no vai e vem do peito
Teus braços… xaile-manta meu alento

Acende-se uma estrela e acordo
Afinal ainda é cedo…vou dormir...
Arrisco-me a embarcar no meu sonho…

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O pai esquece...mas existe o perdão...

(foto Anne Guedes)

Li um livro recentemente, onde encontrei este texto...
Copiei-o...

E hoje dedico-o a alguem especial...
Sim adivinhas-te!
È a ti que o dedico...


Father Forgets

O pai esquece

Ouve, meu filho:
Falo-te enquanto dormes, a mãozinha debaixo do rosto e uma madeixa loira, húmida, caindo sobre a testa. Entrei no teu quarto, só e às escondidas. Há poucos minutos, quando lia o jornal no meu gabinete, apossou-se de mim o remorso. Reconhecendo-me culpado, vim para junto de ti.
Vou dizer-te, filho querido, o que estive a pensar: tenho sido exigente demais contigo. Repreendo-te quando te estás a vestir para ir para a escola; porque lavas o teu rostozinho passando-lhe apenas uma toalha húmida. Censuro-te porque os teus sapatinhos não estão limpos. Chamo a tua atenção com aspereza, quando atiras ao chão alguma coisa que te pertence.
Ao café, encontro mais faltas. Ralho porque desperdiças as coisas, comes apressadamente, pões os cotovelos na mesa e manteiga demais no pão. Passo o tempo a ralhar contigo, meu filho. E, quando sais para brincar e eu vou tomar o comboio, levantas as mãozinhas com um aceno de amizade, e dizes: «Até logo, papá!», e eu, na ânsia de te repreender, franzo a testa e respondo: «Endireita os ombros!».
Quando regresso, à tarde, recomeço as minhas exigências. Enquanto venho pela estrada, procuro-te; vejo-te de joelhos, a brincar com os teus amiguinhos. Descubro buracos nas tuas meias; humilho-te perante os teus companheiros, mando-te seguir para casa à minha frente. «As meias são caras; se tivesses de as pagar, serias mais cuidadoso!». Imagina, filho adorado, tudo isto dito de pai para filho!
Lembras-te de que mais tarde, quando eu lia no meu gabinete, vieste timidamente, com uma espécie de mágoa a brilhar nos teus olhinhos? Quando, aborrecido com a interrupção, olhei para o jornal, hesitaste em entrar. «Que queres?», disse eu, intempestivamente.
Não disseste uma só palavra, mas correste para mim, deitaste os braços ao meu pescoço, beijaste-me e os teus bracinhos apertaram-me com o afecto que Deus colocou floresente no teu coraçãozinho e que mesmo toda a negligência não pode destruir.
E, então foste aos pulos pela escada acima.
Pouco depois, meu filho, o jornal caiu-me das mãos e invadiu-me um receio doentio. Que vantagens me poderia trazer a maneira como te tratava? Descobrir as tuas faltas, repreender-te por coisas sem importância, era a recompensa que te dava, por seres uma criança. Não porque não te amasse; mas porque queria exigir demasiado da tua infância. Tratava-te como se tivesses a minha idade.
E no teu carácter há tanto de bom, de fino, de verdadeiro! O teu coraçãozinho é tão grande como a própria aurora, quando desponta sobre as grandes montanhas. Não podias dar-me melhor demonstração de tudo isto, do que, depois de tudo e apesar de tudo, correres para mim a beijar-me, carinhosamente, dando-me as boas noites. Meu filho, hoje nada mais importa! Vim para junto de ti, e, na escuridão ajoelhei-me envergonhado!
É uma fraca reparação, mas sei que não entenderias estas coisas, se eu as dissesse quando estás acordado. Mas, filho adorado, vou ser um verdadeiro pai. Serei um companheiro teu, sofrerei quando sofreres, rirei quando rires, não direi mais palavras de impaciência. Repetirei a mim próprio, como se fosse um ritual: «O meu filhinho nada mais é do que uma criança pequena!»
Receio ter te encarado como se fosses um homem. E, contudo, quando te vejo agora, filho querido, deitado e despreocupado na tua cama, vejo que ainda és uma criança. Ontem, ainda estavas nos braços da tua mãe, a cabecinha recostada no seu ombro...
Eu estava a exigir demasiado de ti.


Demasiado...



W. Livingston Larned



Dedico ainda a todos os pais/mães, que já esqueceram que foram crianças também...e hoje somos pais/mães e temos o dever de compreender respeitar e perdoar...e colocar nos pratos da balança da vida, o bem e o mal, as virtudes e os defeitos...e com mestria de mercador pesar a peso de ouro os sentimentos...
Abdicar dessas miseras gramas de orgulho ferido...
Esquecer as toneladas de mágoas do passado...
E evitar os sofrimentos da justiça de salomão...
Pois quem acaba por sofrer sempre são os filhos!
Os vossos filhos/as...
Os nossos/as filhos...

Vai valer a pena reflectir...

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

(In)Significante vazio...

(Imagem da Internet)
Volto costas…
E deixo-me cair…
Sobre as pedras soltas…
Que me causam dor…
Neste chão atapetado de falsidades…
Perdi…
O que descobri nunca ter tido…
Exausta de lutar…
Concedo a vitória ao desengano…
Tudo se esgota menos a dor…
Porquê?
Porquê não se esgota a dor?

Secam-se as lágrimas…
Fica o salitre…
A arder num rosto…
Inflamado de raiva…
Impregnado de impotência…
Arrasta-se o corpo cansado…
De olhos no chão…
Observo as mãos escoriadas …
Rastejantes…

Corcunda…
De suportar o fardo pesado…
Da vida madrasta…
Sentimentos recalcados…
Pisados refreados…
Esbatidos…
Raspados…
Despedaçados momentos…
Perdidos…
Nos trilhos gastos…
De palavras indizíveis…

Escondo-me nos sussurros…
Que quero gritar…
Está gasta a palavra tristeza…
Praguejar não resolve… (mas alivia)
Tempo…
Maldita ave de rapina…
Abutre da desgraça…
Sobrevoa sôfrego…
A farsa das sombras…
Sonhos entrelaçados com o vento…
Desaparecem no amanhecer de mais um dia vazio…
Completamente vazio…
E tão cheio de insignificância…

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Pedaços de (C)Alma...

(imagem da Internet)


Ao início
Eram apenas umas gotas
Ao começo
Eram águas cristalinas

No jardim florido
Pérola do atlântico
Choram as gentes
Diáfanas pétalas

Gota...
A gota…

A natureza cansou-se…
Zangada de tanto avisar…
Pontes que se desprendem das margens…
As pedras não resistem…
O mar esqueceu os limites…
Sentimentos incolores…
Pintam o eco do desgosto…
Amanhecer cinzento…
Na ilha florida…
Hoje não são doces as lembranças…
Amarga é a cor do teu bolo de mel…
Pois é a lama…
Que sabe esta dor…

“Eu cá”
Palavras tão tuas…
São singelas estas minhas…
Exprimem-te apenas
Pedaços de (c) alma…





Amiga Paula,
Que a tua pérola volte a brilhar!
E os teus "tesouros" descubras ilesos!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

(Re)Presa de memórias...


Nas represas
Do tempo perdido
Descobri
Restos de mim…
Exíguos, nadas
Fráguas fragmentadas
Mágoas sobrepostas
Pós dos outros
Amontoados em mim…

Nascente interior de desilusões…
Acordam dos olhos cascatas de dores,
Torrentes de lágrimas,
Correm-me no leito do rosto,
Galgando as rugas de um rio seco,
Margens sem gosto…
Nos sulcos do tempo,
Caudal de anseios…
Atravessam…
Orlas rochosas…

Boca foz,
Onde desaguam,
Afluentes de medo…
Dique de lábios que encerro…
Frágeis razões tortas,
Não regem a enchente,
Impuros preconceitos…
Abram-se comportas!
Já!
...
Transbordante,
Barragem de causas turvas…
A minha mente…

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

(In)Consideração...

Consideração
Uma dor incómoda
No meu andar
Tropeço no cascalho
Da calçada que calcorreio
Com passos vagabundos
Atravesso vias desertas
Estradas bifurcadas

Sinto falta…

Dos lugares inexistentes
De esperança
Indecisões que me enganam
Sombras traiçoeiras
Desta vida que me impele
Direcção ao cais
Onde encontrarei guarida
Nos últimos sonhos que afogo...




quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

(Im)Penitente...Faquir...

(foto da Internet)
Gélida capa de coragem…
Reveste o que sobra de mim…
Impotente,
Amálgama de sentimentos…
Precisava de bravura faquir…
Para poder caminhar sem me ferir,
Sobre os estilhaços aguçados,
Verdadeira máscara inaceitável,
Que deixas-te cair!
Estilhaçou-se…
Em mil (ou mais...)
Pedaços pungentes,
Aguçadas certeiras...
Lascas lancinantes…
Trespassaram-me as entranhas!
Incompreensível trajecto…
A dor é a única centelha que brilha neste céu sem cor…

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

(Des)Mascarada...

(foto. internet)

Não coloques máscaras
Usa hoje a que tens
Deixa cair todas as outras
É Carnaval que mal tem?

Para quê fingir de ser quem não és
És tu e pensam que não
Com a verdade enganas a rês
Essa...pensa que lê o teu coração

Purpurinas serpentinas farras
Raivas vivas dentro de ti contidas
Sentimentos reprimidos…e a alegria?
Diverte-te, Carnaval não é todos os dias


Meu sorriso é uma máscara?

Vesti o disfarce perfeito!

Sou rainha por um dia
Esparjo toda a folia
A vida são três dias,
Carnaval de palavras
Desfile de mentiras
Marcha de meias verdades

Desejo fantasiar não fingir
Máscaras da vida
Máscaras do destino
Máscaras superficiais
Máscaras reais
Máscaras de poesias
Máscaras, máscaras, máscaras…

Hoje sou só eu…
Simplesmente eu…
Arlequim sem máscara…
Pierrot sem lágrima…
Columbina como sempre…

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

(In)consciências...


O poder de uma simples frase bem escrita,
é como um medicamento!
Atinge a dor, onde ela existe!

domingo, 14 de fevereiro de 2010

A.B.C...São Valentim...(poderia ser assim)


Amiga… Amor...Amante…
Beijos…
Clandestinos…
Dados em silêncios…
Escondidos do mundo…
Furtivos actos impensados…
Gaivotas cegas como testemunhas…
Hoje neste mar de desejos…
Intemporais… inventa-mos códigos nossos…
Jogamos com os sentimentos dormentes…
Lembramos o dia em que nos amamos… (ou quase) …
Memórias furtivas de mãos entrelaçadas…quentes suadas…
Ninguém entenderá estes corações náufragos…
Onde só o mar reclamará dois corpos distantes…
Porque á gente não cabe decidir o certo ou errado…
Quimeras…sonhos ilusões…
Relâmpagos de discórdias ribombam num vento de ciúme…
Saudades do pouco…intensamente vivido…
Trilharia vezes sem conta esse caminho desconhecido…abismo…
Utopia de amores clandestinos…
Verão inesquecível…verão… (que lembro neste frio , dia de são Valentim) …
Xaile de fados e nostalgia onde me embrulho…
Zagaias coloridas arrancam de meu peito este poema sem rima….

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Risco nos céus...


Memórias famintas
Relembram
Crepúsculos dourados
Anoiteceres da cor do trigo
Risco nos céus
Sonhos entrelaçados
Banhados pela cor do silêncio

E o calor dos olhos
Trespassa opacas
Nuvens amarrotadas
Silhuetas cortadas
Nos céus rasgados
Pelo teu sorriso

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Estranhas gaivotas...


Vejo gaivotas…
Mas não vejo o mar…
Tranquilo ondular…
Silencioso lago…
Paradas águas…
De lágrimas derretidas…
Nos flocos de neve…

Silencioso lago…
Paradas águas…
Cristalinas nostalgias…
Não ouço vozes…
E se as houvesse…
Não as ouvia…
Estranhas gaivotas…
Que me olham assim…
Sigo o olhar desta gaivota…
Adivinho o doce contemplar…
E decifro o seu pipilar…

Além naquelas dunas…
Por detrás das montanhas…
Onde esbarra o meu olhar…
Onde adormecem os sonhos…
Acolá…
Além no vai e vem das ondas…
Sem compasso…
No rasto do esquecimento…
Ali no esbater do mar…
Imaginário…
No acordar dos pesadelos…
Lá nas falésias aguçadas…
Onde recortam a fantasia…
Montanhas mascaradas…
De noivas imaculadas…
Onde os ventos cortam o olhar…
E a neblina fria acarreta lembranças salgadas…
Além…
Outras gaivotas…
Outro pipilar…



terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Amora Doce...


A luva de protecção rompeu-se
Consumida pelo tempo
Nos espinhos ressequidos pelo pó
Deixando-me os dedos nus
Abri e fechei a boca em silêncio
Moveram-se os lábios
Ecoando um fino grito mudo
Piquei-me nos silvados
Distúrbios alimentam a dor
Sangraram erros
Gotejaram saudades
Sílabas manchadas
Falsas gotas de orvalho
Acre o silêncio
Sabia a amoras silvestres
Amoras amargas
Ainda verdes

Nas sebes do abismo
Cresceram ramadas de silvas
Onde já não brotavam amoras doces
No abstracto sulco silvestre
Na brandura do entardecer
Emanavam agora fragrâncias frescas
Do bosque da liberdade
Percorro os baldios fertilizados
Mordo os suspiros de nostalgia
Pego no cabaz de coloridos desbotados
Cesta já gasta de palavras entrelaças
Sigo as fragrâncias bravias
Inebriando-me o pensar

Descuidada mente encantada
Ignoro as silvas crescidas
Encaminho-me no apelo reluzente
Desprendem-se vontades serôdias
Às amoras rubras como poemas
São aglomerados de sílabas
De bolinhas vermelhas
Como amoras maduras

Bagas impacientemente desejadas
Que a demora levianamente amadureceu
Esperam as mãos errantes
Numa colheita delicada
Ameaçam cair no acolchoado
Chão de saudades cristalinas
Colho com ambas as mãos
As amoras doces
Que devoro sofregamente
Lambuzo-me com as lembranças
Sabores de outros tempos
Melodia para os meus ouvidos
Vem, vem sentir o sabor
A Doce amora…


(fotos,olhares.com)

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Benditas mãos...


_ Olha-me para essas mãos!
_ Tira daí as mãos! Que ainda ficas doente!
_ Vai lavar essas mãos!
…….
Algumas vezes, outros dias, por certo dias idos, te diria isso assim, desta maneira insensível e ditadora. Com o tom mais tirano e frio, que até os teus frágeis tímpanos enregelariam…
Hoje não!
Hoje digo-te:
_ Olha-me essas mãos, como crescem a brincar, a delinear a brancura da tua imaginação pueril, neste cenário ingénuo, e tão impacientemente abstracto e cândido!
_ Tira daí as mãos, só quando te cansares de esboçar os sonhos! Não ficas doente, por brincar com a neve, tens imunidade que te protege dessas doenças imaginativas, que só existem na mente cruel dos castradores de sonhos!
_ Vai lavar as mãos quando… Não, não laves essas mãos, deixa exalar a fragrância da meninice, perfuma-me a alma com o teu doce aroma de infância!
Não, não laves as mãos…
Ainda que sujas, não são imundas…
Ainda que frias, contêm calor…
Ainda que vazias, sempre cheias…
Ainda que impertinentes, sempre lindas…
Ainda que ausentes, sempre perto…
Ainda que despidas, sempre alagadas de curiosidade...
Ainda que trémulas, sempre prontas a descobertas…
Alegres saudáveis as mãos dos filhos…
Presenteiam sem saber…
Punhados de carinhos…
Nunca vazias…
Mãos-cheias de afectos…
Mãos-cheias de sonhos…
Mãos puras…
Que doam sem cobrar…
Mãos inocentes…
Acariciam sem pedir…
Benditas sejam as mãos dos filhos…





sábado, 6 de fevereiro de 2010

Poeta de palmo e meio...


_ Mãe, que isto?
(apontando para uma “resma” de papelinhos e folhas soltas, onde soltas e desordenadas espreitavam palavras pensamentos, frases sem nexo, ou textos já acabados fantasiando um dia em serem poemas…)
_ São ideias que às vezes a mãe tem, e escrevo ai para não me esquecer delas.
(ele olha de novo e remexe-as, e lê algumas palavras em alta voz)
_ Que estás a fazer? Também posso ter um “site” para mim para eu escrever na “Net”?
(regalando-me com aquele olhar maroto, e traiçoeiro, pendura-se no meu pescoço, derretendo um sorriso pedinte)
_ Estou a escrever, e não, não podes ter um “site” para ti!
_ Ok!
(larga-me meio aborrecido, e eu também fiquei um pouco aborrecida, sabe-me bem estes abraçinhos inesperados. Continua a mexer nas folhas desordenadas, e começa a escrever numa folha algumas palavras que escolhe no meio da confusão alfabética, da desordem de sentidos e no desalinho de registos…)
_ Se eu tivesse um “site” também escrevia lá poemas!
_ Pois, mas não tens, e onde eu escrevo chama-se blogue, e tu também não tens poemas…
_ Isto que eu escrevi, com as palavras que escolhi nas tuas folhas, não é um poema?
(leu-o em voz alta, e eu só consegui dizer)
_ Não sei se é um poema, mas eu vou colocá-lo no meu blogue!
_ Mas tens que dizer que é meu! E pergunta às pessoas se é um poema ou não, ok?
_ Ok, eu digo que é teu, e vou perguntar às pessoas se é um poema, mas, mesmo que as pessoas digam que não é um poema, tu para mim já és um poeta de palmo e meio.
_ Só, palmo e meio? E posso escrever o meu nome?
_ Só palmo e meio, mas de mão de gigante, e sim podes escrever o teu nome…

"Não é dia
Não é noite
É tarde
Não é tarde
Não é cedo
É agora
Não é frio
Não é quente
É morno"






sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Saudades...


Hoje…
Como em tantos outros dias…
Estive…
Solitária num banco de jardim…
Longínquo…
Sentada no cais da saudade…
Vejo...
Estes barcos afastarem-se cheios…
Eu…
Vazia até de mim…
Outros…
Ocupam-me os pensamentos…
Cerca-me…
Um miserável bando de loucas…
Gaivotas…
Mendigam migalhas…
Entendo-as…
Mendigo eu em vão…
Entendimento…
Migalhas de afectos…


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

(In)Capacidades...


O meu espaço é limitado,
Mas a minha mente não!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Numa vertente qualquer...


Desconheço a vertente
Azul…
Onde és mar vermelho
Imenso…
Os meus olhos só conheciam sem cor o som
Mar…
Onde as lágrimas vertidas encontravam
Foz…
Madrugadas de orvalho
Quente…
Dos teus encantos tenho
Saudade…
Nos rochedos esquecidos sinto
Medo…
No pôr-do-sol guardo palavras
Presas…
Que tendem a desprender-se a qualquer
Maré…
Aguardo na onda traiçoeira o meu
Naufrágio…

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

(IN)Conscientemente...Louca...


Na minha consciente loucura…
Não deixo de sonhar…
Recuso-me a fazer a vontade…
Aos inteligentes…
Loucos inconscientes…
Que querem meu grito calar…
Ter sede de viver…
Não é delito…
Ter sede de vencer…
Não é defeito…
É “pecado”?
“Pecado”…
É olhar pró lado…
Desistir…
Com medo de perder…
Eu...
Não desisto...
(imagem da internet)

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Há Palavras...


Há palavras …
Que são como flores…
Desabrocham de mansinho…
Irradiando beleza…
Ou atrofiam de repente…
Secando os sentimentos…
Murchando no erro…
Hábil jardineiro semeando poemas…
No canteiro de letras…
Infeliz poetisa desprotegida…
No jardim mirrado…
Entre lavras de papel amachucado…
Rega com diáfanos prantos…
Palavras fecundas de prazer…
E com o perfume da poesia…
Sem cor…
Colhe os espinhos…
Das rosas bravas…
Palavras negras desfolhadas…